País
Cerca de 1.300 enfermeiros abandonaram Portugal durante a pandemia
O Sindicato Independente de Todos os Enfermeiros Unidos (SITEU) alertou hoje para a falta de valorização da classe por parte do Governo, que levou a que cerca de 1.300 profissionais deixassem o país durante a pandemia da covid-19.
A denúncia consta de uma carta aberta deste sindicato, criado no início de 2020, dirigida à presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, que estará no Porto para a Cimeira Social que hoje se inicia.
“Neste momento, estão mais de 1.800 enfermeiros com contratos por tempo certo para fazer face à pandemia da covid-19 que não viram nem verão os seus contratos renovados, mesmo sendo imprescindíveis para as dotações seguras recomendadas pela Ordem dos Enfermeiros. Esta falta de reconhecimento e valorização do nosso trabalho promove o êxodo, sendo que, em plena pandemia, emigraram cerca de 1.300 enfermeiros”, salientou o SITEU.
De acordo com o sindicato, estes profissionais em situação precária estão a assegurar as necessidades diárias do Serviço Nacional de Saúde (SNS), que tem um rácio de enfermeiros inferior à média dos países da OCDE (Organização de Cooperação e Desenvolvimento Económico)
“Em Portugal o rácio de enfermeiros/habitantes no SNS é de 6,9/1.000 habitantes, em comparação aos países da OCDE, que é de 9,3/1.000”, avançou o SITEU na carta aberta, que pretendeu manifestar a “profunda preocupação, indignação e insatisfação com as políticas portuguesas para o SNS”.
O sindicato alertou ainda que se verifica um “desinvestimento brutal por parte do Governo português nas instituições públicas de saúde”, apontando os exemplos da falta de manutenção de edifícios, da não renovação de equipamento para assistência ao doente e das políticas de trabalho.
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