País
Cozinha portuguesa é motivo para uma série que estreia agora nos Estados Unidos da América
A primeira série em inglês sobre cozinha portuguesa, “Maria’s Portuguese Table”, foi escolhida para a programação nacional da estação pública PBS nos Estados Unidos da América, o que lhe permitirá chegar a centenas de milhões de pessoas.
“Isto significa que, em vez de ser uma série regional, passará a ser uma série nacional e irá para todas as estações PBS nos Estados Unidos”, disse a ‘chef’ luso-americana Maria Lawton, criadora do programa.
Sendo a primeira série televisiva norte-americana dedicada à culinária portuguesa e totalmente falada em inglês, “Maria’s Portuguese Table” estreou na PBS Rhode Island há dois anos e desde então tem estado em constante rotação no canal.
“Tinha-lhes dado um ano de direitos e pediram uma extensão porque continuavam a receber pedidos”, explicou Maria Lawton, referindo que o bom desempenho da série foi reforçado no último ano.
“Toda a gente estava em casa e eu recebia mensagens de pessoas a dizerem que sentiam que tinham ido aos Açores”, contou a chef luso-americana, que filmou parte da série na ilha de São Miguel, onde nasceu. “Sentiam que estavam a viajar apesar de estarem confinados”.
O programa também foi transmitido noutros lados, como Connecticut, Massachusetts, Buffalo e Toronto, mas era um interesse regional. “Outras estações PBS pegaram na série aqui e ali, só que não havia um distribuidor nacional”, explicou Maria Lawton.
É isso que vai mudar, depois de uma primeira tentativa ter falhado. O distribuidor escolheu a série para a plataforma nacional, onde estará disponível a partir de junho.
“Os portugueses agora estão sentados à mesma mesa que todas as outras nacionalidades que têm podido exibir a sua cozinha, a sua herança e a sua cultura na PBS”, afirmou Maria Lawton.
“Há imensas séries de cozinha italiana, asiática e outras, mas não havia da portuguesa. Como é que era possível?”, questionou.
A luso-americana espera que a escolha de “Maria’s Portuguese Table” para o cardápio televisivo nacional dê um empurrão na produção da segunda temporada, que teve de ser suspensa em 2020 por causa da pandemia de covid-19.
“Vai ajudar com a segunda temporada porque haverá mais olhos na série”, referiu.
Antes da pandemia, o plano da ‘chef’ era filmar dez episódios com um orçamento de 600 mil dólares (500 mil euros), dividindo a ação entre os Açores (Terceira, Faial, Pico, São Jorge e Graciosa) e os Estados Unidos (Massachusetts, Nova Jersey e Nova Iorque).
Maria Lawton está agora a aguardar a evolução da situação para regressar ao trabalho na segunda temporada, que vai contar novamente com a co-produção do lusodescendente Dean Câmara, dono da produtora Cineasta Digital.
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