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Porto: Polícia obrigada a intervir após cenário de agressões durante manifestação de imigrantes

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A polícia interveio hoje durante uma manifestação de dezenas de imigrantes junto às instalações da AIMA no Porto para afastar um homem que se infiltrou no protesto com palavras anti-imigração e entrou em confronto com manifestantes.

Dezenas de imigrantes participaram hoje num protesto pacífico junto às instalações da Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA), no Porto, para reivindicar respostas rápidas aos pedidos de regularização e levar para o debate político estas questões.

Enquanto gritavam palavras de ordem como “Documentos para todos, todos, todos” (numa alusão a uma mensagem do Papa Francisco, falecido na segunda-feira) e “Somos imigrantes, não somos criminosos”, entre outras, um indivíduo infiltrou-se entre os manifestantes, gritando com um megafone palavras contra a imigração.

O indivíduo, alegadamente pertencente ao Movimento Reconquista, acabou por se envolver em confrontos com os manifestantes, obrigando à intervenção da polícia, que o afastou através de uma barreira de segurança.

A manifestação, que ainda decorre, foi organizada pela Associação Solidariedade Imigrante, em conjunto com outros movimentos de defesa dos direitos dos imigrantes.

Em declarações aos jornalistas Timóteo Macedo, presidente da Associação Solidariedade Imigrante disse que estão em causa os direitos dos imigrantes: “Está em causa a humanidade, estão em causa as políticas de imigração, que são políticas que estão a andar para trás, são políticas cruéis e que maltratam os imigrantes, que aqui trabalham e descontam. São políticas que não servem a este país”.

“Portugal é um país humanista. Não pode compactuar com políticas securitárias, com políticas que preveem a prisão dos imigrantes e a sua expulsão. São pessoas que estão aqui a trabalhar e nós exigimos que este Governo respeite quem trabalha, quem aqui está, quem convive com a nossa sociedade”, sustentou.

O dirigente da associação considerou que a mudança de políticas “só beneficiou as máfias, o trabalho escravo e o tráfico de seres humanos”, referindo que a denominada “via verde” para a imigração, criada pelo Governo, “não é mais do que o facilitismo às grandes empresas, que não vai funcionar”.

“Andamos aqui há 25 anos a lutar pelos direitos dos imigrantes e já tivemos este tipo de vistos de trabalho, que não funcionou. Alimentou, sim, as máfias. Hoje, muita gente de outros países, de outros continentes paga 22 mil euros para chegar aqui. E com vistos de à procura de trabalho. Pagam milhares e milhares de euros. Portanto, isto não é justo. Não é digno. E nós queremos que isto se altere”, acrescentou.

Referiu que “na AIMA estão 400 mil processos pendentes, é preciso olhar para os processos um a um e dar-lhes a possibilidade de continuarem aqui. As entidades patronais preferem contratar pessoas que conhecem, que olhem nos olhos, que possam ver quem são, para poderem, efetivamente, suprir as necessidades da mão-de-obra que existem em vários setores de atividade”.

“Fomos apologistas do encerramento do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras porque achámos que a imigração não pode estar ligada ou relacionada com a polícia, com a criminalidade. Então, criou-se uma estrutura pública que queremos que seja de qualidade, com todas as condições para trabalhar, com trabalhadores motivados, com salários dignos, sem precariedade, para podermos ter uma AIMA capaz”, defendeu.

A informação que, segundo o ativista, chega à associação Solidariedade Imigrante é que “desses 400 mil processos dependentes, mais de 50%, estão a ser deferidos”.

Ouvido pela Lusa, Romani Valentino, dirigente de uma organização que luta pela conquista do direito à habitação, a residir em Portugal há sete anos, considerou que a falta de habitação é um problema em Portugal mas, “evidentemente, é um problema ainda maior para os imigrantes, sobretudo as que não conseguem regularizar a sua situação, o que é cada vez mais difícil”.

Anabela Rodrigues, filha de imigrantes, mas nascida em Portugal, disse à Lusa que “a luta da imigração é de todos e de todas, não é só de uns ou de outros. Assim como nós fomos acolhidos enquanto emigrantes noutros países, também queremos que o nosso país acolha bem os que chegam”.

Por isso, defendeu que “esta questão da imigração deve estar mais presente no debate político. Ela deve estar presente de uma forma positiva”.

“A imigração é aquilo que contribui exatamente para que tenhamos maçãs no dia-a-dia, para que tenhamos pão, para que a agricultura funcione, para que a construção das casas continue. É disto que se deve falar”, frisou.

Imagem Redes Sociais/DR

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