País
Reservas de sangue “em baixo”. IPST e FEPODABES apelam à dádiva de todos os que possam
O Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST) e a Federação Portuguesa de Dadores Benévolos de Sangue (FEPODABES) apelam hoje para a dádiva de sangue, para fazer face às baixas reservas de quatro grupos sanguíneos.
O apelo do IPST e FEPODABES surge no âmbito do Dia Nacional do Dador de Sangue que se comemora hoje.
“Neste momento, a nível da reserva, estamos com quatro grupos em nível abaixo do desejado: A+, A-, O+ e O-. Todos os outros grupos estão em níveis considerados bons, com sete, nove, 10 dias. Estes quatro grupos estão na casa dos três/quatro dias, cinco dias no máximo, e, por isso, preocupa-nos um pouco”, disse hoje à agência Lusa o presidente da FEPODABES.
De acordo com Alberto Mota, são necessárias entre 1.000 e 1.100 unidades de sangue todos os dias.
O apelo para a dádiva de sangue é feito a “todas as pessoas saudáveis com mais de 18 anos, com mais 50 quilogramas de peso e menos de 65 anos”.
Lembrando a sazonalidade da dádiva de sangue, Alberto Mota reconheceu falta de literacia sobre a doação, assegurando que deve ser feito um trabalho de consciencialização.
Também a presidente do IPST afirmou que todas as pessoas dos grupos A+, A-, O+ e O- “são muito bem-vindas” a realizarem dádivas de sangue.
“Nesta altura do ano, temos sempre uma carência decorrente do período da Páscoa e da ausência das pessoas para as férias da Páscoa”, disse Maria Antónia Escoval.
A dirigente disse que a colheita prossegue, apesar dos “desafios habituais relacionados com as alterações demográficas, o envelhecimento da população e a saída da população em idade ativa para fora do país”, bem como “com as alterações climáticas que afetam sempre a dádiva de sangue, principalmente no verão”.
“A sazonalidade da dádiva, estas carências na altura do pico das infeções respiratórias e no verão, por ausência das pessoas para férias, continuam sempre a verificar-se. Tem sido muito difícil contraria esta tendência”, indicou.
Ainda assim, Maria Antónia Escoval saudou o aumento de dádivas realizadas por pessoas que não nasceram no país.
“[A doação de sangue] tem aumentado extraordinariamente em pessoas que não nasceram em Portugal, mas que residem em Portugal. Pode entrar sangue em Portugal de todas as pessoas que vivem ou residem no país por razões relacionadas com a rastreabilidade dos componentes sanguíneos”, sublinhou.
O Dia Nacional do Dador de Sangue que hoje se comemora serve para homenagear os dadores que cumprem o seu dever de cidadania com um gesto simples e altruísta, sendo este um gesto capaz de salvar vidas.
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