O Presidente da República disse, esta sexta-feira, que há perspetivas de que as Forças Armadas consigam maior ingresso de efetivos nos próximos tempos, o que afasta qualquer discussão sobre o regresso do serviço militar obrigatório.Marcelo Rebelo de Sousa diz ter informações de que “por causa da evolução do pós-pandemia, no quadro das alternativas de trabalho e também pelo apelo que parece crescente” das Forças Armadas em relação a muitos jovens, “as perspetivas podem melhorar nos próximos tempos”.
“Por isso não se fala nessa matéria”, ou seja, no serviço militar obrigatório, até porque o tema “colocaria outras questões, que não estão na ordem do dia neste momento”, acrescentou.
O chefe de Estado falava aos jornalistas em Maputo, à margem da visita oficial que está a efetuar desde quinta-feira e até domingo a Moçambique.
Marcelo afasta, assim, a hipótese levantada pelo general Luís Valença Pinto que na quarta-feira considerou que o contexto de agressão militar da Rússia podia colocar “em cima da mesa” o debate sobre o regresso do serviço militar obrigatório “mais cedo do que se pensava”.
O antigo Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas (CEMGFA) entre 2006 e 2011 mostrou-se favorável à ideia de um serviço militar obrigatório integrado num conceito de serviço cívico, com uma componente armada e uma não armada, desde que fosse “geral e universal”.
O serviço militar deixou de ser obrigatório em Portugal em 2004.