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Novo bispo de Fátima José Ornelas assume diocese este domingo

A Sé de Leiria recebe no domingo a cerimónia de posse do novo bispo de Leiria-Fátima, José Ornelas, até agora à frente da diocese de Setúbal, e que substitui no cargo o cardeal António Marto.

Na mensagem que dirigiu aos fiéis da sua nova diocese quando foi conhecida a sua nomeação, no final de janeiro, o também presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) afirmou assumir “com gratidão e como desafio a herança de pastor” deixada pelo cardeal António Marto, ao mesmo tempo que exortou a que, juntos, procurem “escutar o chamamento de Deus a toda a Igreja, convocada para um caminho sinodal de escuta, comunhão participada e missão”.

José Ornelas, de 68 anos, foi nomeado bispo de Setúbal em 24 de agosto de 2015, substituindo no cargo Gilberto Canavarro dos Reis, e é presidente da CEP desde 16 de junho de 2020.

Natural do Porto da Cruz, na ilha da Madeira, onde nasceu em 05 de janeiro de 1954, fez o seu percurso religioso na Congregação dos Sacerdotes do Coração de Jesus (Dehonianos) e foi ordenado padre em 09 de agosto de 1981.

Foi superior da Província Portuguesa dos Sacerdotes do Coração de Jesus, cargo que assumiu em 01 de julho de 2000, tendo sido eleito superior geral dos Dehonianos em 27 de maio de 2003, cargo que ocupou até 06 de junho de 2015.

Especialista em Ciências Bíblicas, doutorado em Teologia Bíblica pela Universidade Católica Portuguesa, José Ornelas chegou a fazer formação missionária em Moçambique.

Quanto ao cardeal António Marto, quase a completar 75 anos, nasceu em Tronco, Chaves, em 05 de maio de 1947, estudou nos seminários de Vila Real e Maior do Porto, e foi ordenado padre em Roma, em 07 de novembro de 1971.

Especializado em Teologia Sistemática, na Pontifícia Universidade Gregoriana, concluiu o doutoramento em 1977 com tese sobre “Esperança cristã e futuro do homem. Doutrina escatológica do Concílio Vaticano II”.

Depois de ter dado aulas no Seminário Maior do Porto e na Universidade Católica, foi nomeado bispo auxiliar de Braga em 10 de novembro de 2000 (a ordenação episcopal decorreu em Vila Real, em 11 de fevereiro de 2001), depois bispo de Viseu, em 22 de abril de 2004, e bispo de Leiria-Fátima, em 22 de abril de 2006.

Como titular da diocese de Leiria-Fátima, recebeu no Santuário da Cova da Iria os papas Bento XVI, em 2010, e Francisco, em 2017, no âmbito do Centenário das Aparições de Fátima e da canonização dos videntes Francisco e Jacinta Marto.

António Marto despediu-se dos diocesanos no domingo, lembrando que os cristãos “têm muito a fazer” neste mundo, como trabalhar pela “paz, pela reconciliação e pelo perdão entre povos”.

“Nem só de pão, de trabalho, economia e finanças vive o homem; também vive do encontro, do perdão e da paz. Não somos algoritmos”, afirmou o cardeal, que sublinhou a colaboração que recebeu durante o tempo em que esteve à frente da diocese de Leiria-Fátima.

“Um bispo não está sozinho. Muito do que alcancei é fruto da colaboração de sacerdotes, de leigos, de pessoas que comigo trabalharam”, disse, acrescentando que levará “a terna imagem de Nossa Senhora de Fátima, querida e terna mãe, bem como a dos queridos santos Pastorinhos, que tão presentes têm estado” na sua vida.

A assinalar o final da sua missão à frente da diocese de Leiria-Fátima foi lançado o livro “Cardeal D. António Marto: Teólogo e Pastor”, que reúne textos publicados ao longo de 16 anos de episcopado.

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