Francisco Assis, presidente do Conselho Económico e Social (CES), anunciou que vai contactar investigadores da Universidade do Minho para que se iniciem um estudo sobre as consequências sociais do vício da lotaria instantânea, também conhecida por raspadinha.
O responsável espera que, com este estudo em andamento, o Governo repondere o lançamento da nova lotaria instantânea, tal como está previsto no Orçamento do Estado.
Segundo o Orçamento do Estado para 2021, o Governo vai criar uma lotaria instantânea para financiar intervenções no património cultural do país, mas o responsável não concorda que se pense em financiar qualquer investimento à custa do empobrecimento de quem é viciado neste tipo de jogo.
“Temo que lançar mais uma raspadinha, embora a intenção seja boa, (…) vá contribuir para agravar este problema de adição que autodestrói pessoas dos setores sociais mais desfavorecidos”, acrescentou.
A realização deste estudo está prevista no Plano de Atividades do CES para este ano, que foi hoje enviado aos membros do Conselho Económico e Social e deverá ser aprovado em plenário no dia 08.
Mas Francisco Assis não vai esperar pela aprovação do Plano de Atividades para encomendar o estudo, dado que estatutariamente tem competências para isso e conta com a concordância dos seus quatro vice-presidentes, vai avançar já por considerar que se trata de “um problema social gravíssimo”.