Os aumentos dos preços dos alimentos em Portugal é mais elevado do que os da zona euro no seu conjunto, mostra um estudo elaborado pelo jornal Público.

Oito dos dez bens e serviços que aumentaram mais no preço em Portugal do que na Zona Euro foram produtos alimentares.

Segundo o Público, que cita fontes tanto no sector alimentar como no da distribuição, o aumento do custo de transporte de bens e os preços “historicamente baixos” de alguns produtos estão a ser apontados como razões para a situação.

Em termos de alimentos, ovos, leite fresco, fruta enlatada, comida para bebé, carne de porco, açúcar, vegetais e arroz são os bens que aumentaram mais aqui do que a média da zona euro – enquanto que o produto onde a diferença tem sido maior é o gás natural. Segundo o INE, o gás mantém uma taxa de inflação homóloga de 143,2%, contra 51,9% na zona euro.

Mas com excepção do gás natural, os preços da energia em Portugal aumentaram efectivamente menos em comparação com os da zona euro: o carvão, por exemplo, aumentou 27,8% em Portugal, contra 66,3% na zona euro, enquanto a inflação dos combustíveis líquidos foi de 21% contra 42,9%.

Idalino Leão, presidente da Confagri, a confederação nacional das cooperativas agrícolas, acrescentou que os aumentos dos custos de produção foram tais que se tornaram insustentáveis, forçando a subida dos preços num período de tempo muito curto.

Para Gonçalo Lobo Xavier, director geral da APED – Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição, a disparidade nos aumentos de preços entre Portugal e a média dos países da zona euro “baseia-se num conjunto de factores relacionados com a produção, indústria e transporte.

“A produção nacional tem um quadro diferente dos outros estados membros da União Europeia, particularmente na questão dos preços dos fertilizantes, acesso aos cereais (dos quais depende, em alguns casos, em mais de 90%), custos energéticos, combustíveis fósseis e transporte, e custos de embalagem”, disse Xavier ao Público.