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Treinador português Paulo Fonseca preso na Ucrânia com a família em situação “muito complicada”

O treinador de futebol Paulo Fonseca, retido em Kiev devido à agressão militar da Rússia, assumiu hoje estar “em situação muito complicada” e formulou o desejo de que “a paz vai prevalecer”.

“Estou em Kiev, eu e minha família, em situação muito complicada em momento de guerra, que, para mim, é obviamente inaceitável. Acredito que a paz vai prevalecer e temos de continuar fortes”, disse, na rede social Instagram.

Casado com uma ucraniana, o antigo técnico do Shakhtar Donetsk ia viajar esta manhã, mas está impedido de o fazer devido à crise de segurança que se vive no país, ficando retido no hotel, onde, curiosamente, está a sua antiga equipa.

“Tenho recebido imensos telefonemas, imensas mensagens, de Portugal, Itália e todo o mundo. Quero desta forma agradecer a todos a preocupação que têm revelado por mim e a minha família. Espero ver-vos em breve e um abraço a todos”, completou.

Horas antes, em declarações ao Jornal de Notícias, revelou o desejo de tentar fugir para Lviv, perto da fronteira com a Polónia, contudo, não sabia como concretizar o plano, dadas as enormes filas de automóveis e a falta de combustível nos postos de abastecimento.

“Só resta rezar para que uma bomba não caía junto de nós. Sinceramente, não sei como vou sair daqui”, desabafou.

Atualmente, Paulo Fonseca, que passou ainda por Paços de Ferreira, FC Porto, Sporting de Braga e Roma, não está a treinar qualquer equipa.

A Rússia lançou na madrugada de hoje uma ofensiva militar em território da Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que as autoridades ucranianas dizem ter provocado dezenas de mortos nas primeiras horas.

O presidente russo, Vladimir Putin, disse que o ataque responde a um “pedido de ajuda das autoridades das repúblicas de Donetsk e Lugansk”, no leste da Ucrânia, cuja independência reconheceu na segunda-feira, e visa a “desmilitarização e desnazificação” do país vizinho.

O ataque foi de imediato condenado pela generalidade da comunidade internacional e motivou reuniões de emergência de vários governos, incluindo o português, e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), União Europeia (UE) e Conselho de Segurança da ONU.

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