A ministra da Agricultura Maria do Céu Antunes defendeu hoje a necessidade de “alterações de comportamento” gerais para combater o desperdício alimentar, no âmbito da 9ª edição do Prémio Agricultura 2020.
“A redução do desperdício alimentar implica de todos um esforço muito grande, porque nós precisamos de ter sistemas alimentares cada vez mais justos e mais sustentáveis”, defendeu a ministra numa intervenção no painel de discussão “Combater o desperdício alimentar em Portugal”.
Para a ministra da Agricultura, “tem de haver um planeamento muito grande para haver um ajustamento entre a oferta e a procura, fazer uma adaptação entre aquilo que é produzido e aquilo que são os gostos dos consumidores. Toda esta alteração da forma de encarar a alimentação tem de ser tida em conta”.
O desperdício alimentar começa na produção e vai até ao consumo, situação que a presidente da Federação dos Bancos Alimentares Contra a Fome, Isabel Jonet, considerou um “absurdo económico” que pode ser combatido através da educação, e consequentemente do “consumo responsável”.
“Temos de ensinar os jovens e as crianças que os recursos são escassos e é um absurdo desperdiçá-los. Pequenos toques na legislação, benefícios fiscais para as empresas e incentivos aos agricultores e ações nas escolas vão permitir que todos juntos consigamos reduzir o desperdício alimentar”, afirmou.
A ministra da agricultura corroborou desta visão defendendo que o consumidor tem de ter “consciência do seu papel e estar informado”, de modo a ajudar no combate ao desperdício alimentar.
As Nações Unidas colocaram como desafio mundial reduzir para metade o desperdício de alimentos, de retalho e do consumidor até 2030.
A 9ª edição do Prémio Agricultura 2020, iniciativa do BPI e Cofina que visa premiar e incentivar os casos de sucesso da Agricultura e Agro-indústria, Florestas e Pecuária, recebeu no total 920 candidaturas.