A seleção portuguesa feminina de futebol está a um ‘passo’ de fazer história e qualificar-se pela primeira vez para o Mundial, bastando para isso vencer na quarta-feira os Camarões, em Hamilton, na Nova Zelândia.
Depois de um longo percurso, iniciado em 16 de setembro de 2021, e de um total de 12 jogos, a formação comandada por Francisco Neto vai decidir na final do Grupo A do Play-off Intercontinental se no verão, entre 20 de julho e 20 de agosto, volta à Oceânia.
Atual 22.º do ranking mundial, Portugal vai disputar o mais importante encontro da sua história, à data, face ao 58.º da hierarquia, mas que, ao contrário da formação lusa esteve nos dois últimos Mundiais (2015 e 2019), atingindo mesmo os ‘oitavos’.
Mas, o conjunto das ‘quinas’ está, provavelmente, no momento mais alto da sua história, seguindo com sete vitórias consecutivas, entre jogos oficiais a particulares, conseguindo, neste ciclo, garantir a presença na Nova Zelândia.
No penúltimo encontro do Grupo H, que a Alemanha conquistou sem dificuldades, Portugal estava obrigado a vencer na Sérvia para conquistar o segundo lugar e conseguiu-o, mesmo depois de ter começado, praticamente, a perder, culpa de um golo de Andjela Frajtovic, muito facilitado pela guarda-redes Inês Pereira.
Ainda na primeira parte, a formação das ‘quinas’ operou a reviravolta, com tentos de Joana Marchão e Kika Nazareth, e, na segunda metade, soube segurar a vantagem.
Na altura decisiva, Portugal saltou para o segundo lugar do agrupamento, que selou sem dificuldade na última ronda (4-0 à Turquia, em Vizela), acabando um ponto à frente das sérvias, para garantir um lugar no Play-off europeu.
O sorteio colocou duas seleções muito fortes na ‘rota’ lusa, mas ‘atribuiu-lhe’ igualmente o fator casa, que a formação lusa aproveitou da melhor forma, batendo a Bélgica (agora 20.ª do ranking) por 2-1 e a Islândia (16.ª) por 4-1 após prolongamento.
Ainda assim, Portugal não conseguiu mais do que garantir o Play-off Intercontinental, sendo que, por ter o melhor ranking entre os presentes, ficou desde logo apurado para a final do Grupo A, com dois possíveis adversários (Camarões e Tailândia).
Nas meias-finais, no sábado, as camaronesas venceram as tailandesas por 2-0, com dois golos da veterana avançada Gabrielle Ouguéné, jogadora do CSKA Moscovo, que saltou do banco aos 74 minutos e faturou aos 79 e 82.
Um dia antes, Portugal também se ambientou a Hamilton e mostrou estar preparado, ao golear a anfitriã Nova Zelândia por 5-0, com tentos de Jéssica Silva, Dolores Silva (grande penalidade), Ana Capeta, em dose dupla, e Tatiana Pinto.
Mesmo com um ‘onze’ alternativo, que vai, certamente, ter muitas mexidas, a seleção lusa mostrou toda a sua qualidade e o quanto evoluiu nestes últimos anos, vulgarizando uma formação que a batera no único confronto (0-1 em Albufeira, em 2016).
Para o embate com as camaronesas, o selecionador luso, Francisco Neto, tem a equipa na máxima força, enquanto o conjunto africano estará privada da guarda-redes Ange Bawou, que viu o vermelho direto face às tailandesas.
O encontro entre Portugal e os Camarões, correspondente à final do Grupo A do Play-off Intercontinental, realiza-se na quarta-feira, pelas 19:30 locais (06:30 em Lisboa), no Estádio Waikato, em Hamilton, na Nova Zelândia.
O vencedor qualifica-se para a fase final e junta-se no Grupo E aos Países Baixos (jogo em 23 de julho), medalhas de prata no último Campeonato do Mundo, Vietname (27 de julho) e às campeãs em título Estados Unidos (01 de agosto).
A fase final do Mundial feminino de 2023 realiza-se na Austrália e na Nova Zelândia, de 20 de julho a 20 de agosto.