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Número de pessoas sem teto ajudadas pela Cruz Vermelha aumentou 76% no último ano

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O número de pessoas sem teto ajudadas pela Cruz Vermelha Portuguesa (CVP) aumentou 76% em 2024, de acordo com a instituição, que apresenta hoje a campanha “Banco de Memórias” para a recolha de fundos.

Segundo a informação enviada à agência Lusa, “o número de beneficiários apoiados pelas Equipas de Rua da CVP registou um aumento expressivo de 76% em 2024, refletindo a crescente crise social e habitacional no país”, ao mesmo tempo que o número médio de refeições diárias servidas aumentou 34%.

Para a CVP, este é “um dado preocupante que evidencia o agravamento das condições de vida de muitas pessoas e famílias em situação de vulnerabilidade”.

Aponta também o aumento do custo de vida, a falta de habitação acessível e a insuficiência de apoios sociais eficazes como razões para haver mais pessoas a viver na condição de sem teto, ou seja, sem residência fixa ou um lugar permanente para morar, e a procurar mais apoios.

“A tendência não se limita a quem vive nas ruas, abrangendo também pessoas em risco habitacional, muitas delas empregadas, mas sem capacidade financeira para garantir uma habitação estável”, refere a CVP, apontando para os dados oficiais mais recentes sobre a caracterização das pessoas a viver em situação de sem-abrigo.

Essa caracterização, relativa a 2024, mostra uma alteração de perfil, havendo registo de um “aumento significativo de famílias inteiras, jovens em situação de habitação precária e trabalhadores cuja remuneração não permite cobrir os custos habitacionais”, refere a CVP, garantindo que verifica essa realidade no terreno.

No entanto, a instituição sentiu uma quebra de 31% no número de pessoas que beneficiaram de respostas de alojamento, o que a CVP explica com a “falta de soluções habitacionais acessíveis, que inibem a rotatividade nas estruturas de acolhimento”.

“A escassez de habitação a preços compatíveis com os rendimentos, a subida das rendas, a ausência de apoios complementares para a autonomização e a indisponibilidade de vagas em estruturas de acolhimento subsequentes às de caráter temporário ou mais especializadas, impedem a saída de pessoas, limitando o acesso a novos beneficiários”, refere a CVP.

Nesse sentido, “a Cruz Vermelha alerta para a necessidade de políticas públicas mais eficazes, que promovam o acesso a habitação digna e reforcem os apoios sociais, permitindo que as respostas de acolhimento tenham um impacto real na reinserção social das pessoas em situação de sem abrigo”.

Como uma forma de minimizar este problema, a CVP criou uma campanha, com o nome “Banco de Memórias”, para alertar e sensibilizar a sociedade “para esta realidade alarmante e contribuir para soluções efetivas”.

Tal como explica o organismo, a campanha consiste na inauguração de bancos de jardim, em parceria com as estruturas da CVP de Santarém – Cartaxo, Braga e Vila Nova de Gaia, que instigam a sociedade civil a refletir e unir-se à CVP no combate à exclusão social das pessoas em situação de sem abrigo.

A campanha arranca hoje para assinalar o Dia Mundial da Justiça Social, com ‘spots’ de televisão e rádio, e tem como objetivo apelar a cidadãos e empresas para contribuírem para esta causa.

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