O Banco Central Europeu (BCE) considera que as novas estirpes do novo coronavírus, que são mais contagiosas, representam um risco para a recuperação da economia da zona euro, foi hoje anunciado.
Na ata da reunião de política monetária de janeiro, hoje publicada, o BCE nota que “persiste uma grande incerteza, especialmente no que respeita à dinâmica da pandemia e à implementação atempada das campanhas de vacinação”.
O BCE manteve as taxas de juro e o volume de compras de dívida em 21 de janeiro, pelo que a sua política monetária está em piloto automático desde dezembro, quando decidiu aumentar o estímulo monetário.
O economista-chefe do BCE, Philip Lane, afirmou na reunião que “o lançamento de campanhas de vacinação na zona euro foi um marco importante na resolução das crises sanitárias”.
“Contudo, a perspetiva a curto prazo era desafiante, tendo em conta o aumento renovado dos contágios, o aparecimento de mutações do vírus e as medidas de contenção mais restritivas impostas em muitos países da zona euro nos últimos meses”, disse Lane na reunião.
Os dados e os inquéritos do quarto trimestre do ano passado e as primeiras semanas de 2021 apontaram para “um enfraquecimento significativo no setor dos serviços, embora em menor grau do que durante a primeira vaga da pandemia na primavera de 2020”, de acordo com o economista-chefe do BCE.
A recuperação da atividade da indústria transformadora continua, apoiada pela procura externa.
O BCE prevê que a produção se terá contraído no quarto trimestre de 2020 e que a intensificação da pandemia cria riscos para a produção no primeiro trimestre de 2021.
Isabel Schnabel, membro do conselho executivo do BCE, salientou na reunião que o risco de medidas de contenção prolongadas estava a aumentar porque as mutações do vírus são mais contagiosas.
Além disso, o ritmo de vacinação na zona euro foi mais lento do que o esperado.
No entanto, a confiança dos mercados financeiros melhorou acentuadamente no início do ano devido às expectativas de mais estímulo económico nos EUA.