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Portugal contratou quase 20 mil funcionários públicos no espaço de um ano

Devido sobretudo ao crescimento do emprego nos hospitais e nas escolas, segundo as estatísticas oficiais divulgadas hoje, o número de trabalhadores da administração pública atingiu 718.823 em dezembro, um aumento de 19.792 face ao período homólogo.

“A 31 de dezembro de 2020, o emprego no setor das administrações públicas situou-se em 718.823 postos de trabalho, assinalando um aumento de 19.792 postos de trabalho, face a 31 de dezembro de 2019”, lê-se na síntese estatística trimestral da Direção-Geral da Administração e do Emprego Público (DGAEP).

O emprego público aumentou assim 2,8% em 2020, em termos homólogos, com destaque para as Entidades Públicas Empresariais (EPE) do Serviço Nacional de Saúde (SNS), que registaram mais 7.114 trabalhadores, bem como para os estabelecimentos de educação do ensino básico e secundário, que tiveram um aumento de 6.313 postos de trabalho.

No SNS, entre as carreiras que mais contribuíram para o aumento do emprego salientam-se os enfermeiros (+2.736), os assistentes operacionais (+2.696) e os técnicos de diagnóstico e terapêutica (+639).

Nas escolas, registaram-se mais 4.056 educadores de infância e docentes do ensino básico e secundário e um aumento de 1.707 assistentes operacionais.

O emprego na administração central (onde se incluem os hospitais EPE e as escolas) registou um aumento de 3,4%, enquanto na administração local a subida foi de 1,2%.

Já em comparação com o final do trimestre anterior, o emprego público aumentou em 17.877 postos de trabalho (2,6%) no quarto trimestre, sendo o maior contributo proveniente da Educação e da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (+13.030 no seu conjunto), “refletindo ainda a atividade de início do ano letivo, com o processo de colocação de docentes em todos os níveis de ensino e de técnicos superiores para as atividades de enriquecimento curricular (AEC) nos estabelecimentos de ensino básico e secundário”, explica a DGAEP.

Os dados mostram que, em outubro de 2020, o valor da remuneração base média mensal na administração pública situava-se em 1.535 euros brutos, um aumento homólogo de 2% “por efeito essencialmente da atualização do valor da base remuneratória (645,07 euros) bem como do processo gradual de descongelamento das carreiras, para além da atualização do valor da Retribuição Mínima Mensal Garantida (RMMG) para os 635 euros”.

Já o ganho médio mensal (inclui suplementos e outras componentes) era em outubro de 1.792,3 euros, um aumento de 1,4% face ao período homólogo.

“A variação homóloga resulta sobretudo do aumento da remuneração base média mensal e da diminuição global da importância das restantes componentes do ganho, como prémios e subsídios ou suplementos regulares, e pagamentos por horas suplementares ou extraordinárias”, explica a DGAEP.

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