Siga-nos nas redes

Economia

CGTP: Mulheres continuam a ganhar menos 14% do que os homens em média

Publicado

em

Um estudo da CGTP hoje divulgado, revela que as mulheres continuam a ganhar menos do que os homens, sendo a diferença de 14%, na generalidade, e de 26,1% entre os quadros superiores.

Segundo a análise do Gabinete de Estudos Sociais da CGTP-IN, baseada em dados do INE referentes ao quarto trimestre de 2020, as mulheres trabalhadoras ganham em média salários 14% mais baixos do que os trabalhadores do sexo masculino, situação que se verifica em todos os grupos etários e em quase todos os tipos de contrato.

A desigualdade é ainda mais elevada quando são comparados os ganhos nas qualificações mais altas, atingindo um diferencial de 26,1% entre os quadros superiores.

Quando são comparados os ganhos mensais e não apenas salários, o diferencial global sobe de 14 para 17,8%, dado que os homens fazem mais trabalho extraordinário e recebem mais prémios, porque as mulheres ainda dão mais assistência à família.

Estes dados vão na mesma linha do diferencial encontrado pela CGTP a partir dos Quadros de Pessoal de 2018, através dos quais concluiu que as mulheres trabalhadoras auferiam, em média, salários base 14,5% mais baixos do que os homens, para trabalho igual ou de valor igual, no setor privado e no setor empresarial do Estado.

De acordo com o estudo, na Administração Pública o problema de desigualdade verifica-se no acesso de mulheres a cargos dirigentes, sendo apenas 41% do total de dirigentes superiores, apesar de constituírem 61% dos trabalhadores do setor, o que depois se reflete nos seus salários.

Segundo a análise feita pela CGTP, não só os salários auferidos pelas mulheres trabalhadoras são em média mais baixos do que os dos homens, como elas ocupam com maior frequência postos de trabalho em que apenas se recebe o salário mínimo nacional.

Em abril de 2019, cerca de 31% das mulheres recebiam o salário mínimo, face a 21% dos homens.

Para mostrar que esta desigualdade não tem justificação, a CGTP cita o relatório da OIT “Trabalho Digno em Portugal 2008-18. Da crise à Recuperação”, que refere que “o aumento do emprego no caso das mulheres em idade ativa foi responsável por 90% da subida total do emprego entre 2012 e 2016, tendo assim praticamente reduzido a diferença de género no emprego, muito embora tal não se tenha verificado no caso dos salários”.

“A subvalorização do trabalho e das competências das mulheres e o seu reflexo na retribuição, que é geralmente mais baixa ao longo da vida, também se reflete no baixo valor das prestações de proteção social e nas pensões de reforma, com situações, em muitos casos, de grave risco de pobreza e de exclusão social”, salientou, a propósito a CGTP.

Os dados do último trimestre do ano passado analisados pela central sindical mostram também que os trabalhadores com vínculos precários têm salários mais baixos que os trabalhadores com vínculos permanentes, sendo a diferença tanto maior quanto mais precário é o vínculo.

“Os falsos trabalhadores independentes ou sujeitos a outros vínculos contratuais ainda mais precários que os contratos a termo ganham, em média, salários 27% abaixo dos auferidos pelos trabalhadores com contratos permanentes, sendo o diferencial de menos 22% no caso dos trabalhadores com contrato a termo”, diz o estudo.

Segundo a CGTP, os salários em Portugal não são suficientes para retirarem os trabalhadores da pobreza pois um em cada dez trabalhadores empobrece a trabalhar, sejam mulheres ou homens.

A Intersindical citou também o Relatório Mundial sobre Salários 2020-2021, da OIT, para afirmar que a atual crise pandémica “está a ter consequências mais negativas em Portugal em termos salariais, do que em outros países da Europa e particularmente entre as mulheres trabalhadoras”.

Segundo o relatório da OIT, os trabalhadores viram os seus rendimentos do trabalho diminuir após o surgimento da covid-19, sendo Portugal o país, de entre 28 países europeus estudados, onde ocorreram as maiores perdas salariais entre o 1.º e o 2.º trimestre de 2020, as quais foram sentidas de forma agravada entre as mulheres.

Os trabalhadores portugueses perderam, em média, 13,5% dos seus salários no 2.º trimestre de 2020, acima da perda média de 6,5% dos 28 países analisados, mas a perda das mulheres foi de 16%, face aos 11,4% perdidos pelos homens trabalhadores portugueses.

Em quase todos os 28 países estudados as perdas salariais ocorreram sobretudo devido à descida do número de horas trabalhadas e não tanto por desemprego.

Em Portugal as perdas salariais devido à redução do número de horas trabalhadas foram de 11,7%, enquanto 1,8% da diminuiução de rendimento resultou da perda de emprego.

PARTILHE ESTE ARTIGO:
Publicidade Publicidade

pub

LER JORNAL

Artigos Recentes

Famalicãohá 10 horas

Temperaturas máximas descem 15 graus na próxima semana. Chuva e frio esperados nos próximos 7 dias

A chuva chegou, para se manter durante alguns dias, de acordo com as previsões do Instituto Português do Mar e...

Famalicãohá 11 horas

Famalicão: Motociclista ferido após despiste em Antas

Uma pessoa ficou ferida, ao final da tarde desta quinta-feira, na sequência do despiste de um motociclo, na rua de...

Famalicãohá 13 horas

Famalicão: Concentração de poeiras em suspensão na atmosfera vai intensificar-se esta sexta-feira

Famalicão espera, esta sexta-feira, uma alteração nas condições meteorológicas registadas ao longo da semana, sobretudo devido ao regresso da chuva,...

Regiãohá 14 horas

Vila do Conde: Centenas de jovens “invadem” as praias (apesar dos alertas)

Com a chegada dos dias mais quentes e temperaturas que ascenderam aos 30 graus, no decorrer desta semana, as férias...

Paíshá 15 horas

Já pode renovar o seu Cartão de Cidadão através do telemóvel com a aplicação “gov.pt”

A renovação do Cartão de Cidadão já pode ser feita através da aplicação gov.pt, que foi lançada em dezembro de...

Bragahá 15 horas

Criança de 11 anos arrastada pelo mar em Esposende. Populares no local evitaram tragédia

Uma criança de 11 anos foi resgatada das águas, esta quarta-feira, numa praia na zona do Suave Mar, em Esposende....

Paíshá 16 horas

Escolas vão passar a dispor de um psicólogo por cada 500 crianças no próximo ano letivo

Mais psicólogos nas escolas do ensino básico e secundário e uma linha telefónica para os estudantes do ensino superior deverão...

Famalicãohá 17 horas

Famalicão: Despiste de de viatura ligeira faz um ferido em Oliveira São Mateus

Uma pessoa ficou ferida, ao início da tarde desta quinta-feira, na sequência do despiste de um veículo ligeiro, na Avenida...

Regiãohá 17 horas

Câmara Municipal de Santo Tirso cria balcão para apoiar empregabilidade empreendedorismo e empresas

O Balcão de Empregabilidade e Empreendedorismo (BEE) e o Espaço Empresa já estão disponíveis no Centro Empresarial e de Inovação...

Economiahá 18 horas

Salário mínimo do Luxemburgo é o maior da UE e é 3 vezes mais alto do que o português

O salário mínimo varia, nos 22 Estados-membros da União Europeia (UE) onde vigora, entre os 2.638 euros no Luxemburgo e...

Arquivo

Mais Vistos