Portugal baixou do nível crítico para a situação de alarme no indicador de avaliação da pandemia do Instituto Superior Técnico e da Ordem dos Médicos, o que significa um alívio da pressão sobre os serviços de saúde.
Segundo os últimos dados do Instituto Superior Técnico (IST), o indicador que avalia o risco da pandemia para os serviços de saúde está agora nos 79.59, já abaixo do limiar do nível de alerta estabelecido em 80 pontos.
“A previsão é de descida muito acentuada deste indicador nos próximos dias”, disse hoje à Lusa o matemático Henrique Oliveira, um dos responsáveis pela elaboração e actualização diária deste indicador da pandemia da covid-19.
A situação epidemiológica é “muito favorável e o paradigma alterou-se”, adiantou o professor do IST, para quem “agora as medidas já não limitam o crescimento e decrescimento dos casos”, uma vez que o número de infecções vai diminuir por o país ter atingido “a saturação”: pessoas que já foram infectadas ou que estão vacinadas contra o coronavírus SARS-CoV-2.
Este indicador é composto por cinco parâmetros – novos casos, óbitos, internados em enfermaria e cuidados intensivos, índice de transmissibilidade (Rt) e incidência de infecções, que compõem uma escala que tem como limiares os 80 pontos do nível de alerta e os 100 pontos do nível de crítico.
Quando esta avaliação ultrapassa os 100 pontos, o “Serviço Nacional de Saúde tem de alocar mais recursos e começa a ter de passar os doentes que não têm covid-19 para segundo plano. Há muitos tratamentos que começam a ser adiados”, explicou Henrique Oliveira.
A partir de 21 de Janeiro o indicador de avaliação da pandemia das duas instituições atingiu um valor superior a 100 pontos (nível crítico), tendo atingido nesta vaga pandémica o máximo de 105.8 em 24 de Janeiro.
Desde então, o valor do indicador tem vindo a baixar, reflectindo a redução do número de casos, da incidência e do índice de transmissibilidade (Rt) do coronavírus, atingindo agora os 79.59.
Na recente vaga, Portugal ultrapassou pela segunda vez o nível crítico nesta avaliação desde o início da pandemia, com a primeira a verificar-se entre o final de Outubro de 2020 e Fevereiro de 2021, quando se registou a maior pressão sobre os serviços de saúde.
Fonte: Lusa