Num estudo realizado na Escócia 103 adultos com histórico de pressão alta receberam um grama de paracetamol quatro vezes ao dia ou placebo, por duas semanas.
Aqueles que receberam paracetamol tiveram um aumento significativo na pressão arterial em comparação com aqueles que tomaram o placebo.
Esse aumento foi semelhante ao observado com anti-inflamatórios não esteroides, como o ibuprofeno, apesar de o paracetamol ser visto como uma opção mais segura. Pode-se esperar que aumente o risco de doença cardíaca ou derrame em cerca de 20%, disseram especialistas.
Estes investigadores disseram que os médicos que prescrevem paracetamol regular devem considerar se uma dose mais baixa seria tão eficaz.
No entanto, eles acrescentaram que, se um paciente precisa de paracetamol para lidar com a dor crónica, isso não deve necessariamente ser evitado.
Os autores do estudo também enfatizaram que os resultados não se referem ao uso ocasional de baixas doses de paracetamol.
O investigador principal, Dr. Iain MacIntyre, consultor em farmacologia clínica e nefrologia do NHS Lothian, disse: “Não se trata do uso a curto prazo de paracetamol para dores de cabeça ou febre, o que é, obviamente, bom. Mas indica um risco recém-descoberto para pessoas que o tomam regularmente a longo prazo, geralmente para dor crónica”.
O professor James Dear, presidente pessoal de farmacologia clínica da Universidade de Edimburgo, disse: “Este estudo mostra claramente que o paracetamol – a droga mais usada no mundo – aumenta a pressão arterial, um dos fatores de risco mais importantes para ataques cardíacos e derrames. Médicos e pacientes juntos devem considerar os riscos e os benefícios da prescrição de paracetamol a longo prazo, especialmente em pacientes com risco de doença cardiovascular”.
O pesquisador principal, professor David Webb, presidente de terapêutica e farmacologia clínica da Universidade de Edimburgo, disse: “Dados os aumentos substanciais da pressão arterial observados em alguns de nossos pacientes, pode haver um benefício para os médicos ficarem atentos à pressão arterial nas pessoas. com pressão alta que começaram recentemente com paracetamol para dor crónica.”
