José Luís Carneiro, ministro da Administração Interna, alertou este domingo que “o Governo em gestão não tem legitimidade política para assumir encargos duradouros”, em resposta ao boicote dos agentes da PSP que se tem verificado este fim-de-semana aos jogos de futebol e que já ditaram a não realização do Famalicão-Sporting e do Leixões-Nacional.
“O Governo, por intermédio do comandante-geral da Guarda Republicana e do Diretor Nacional da Polícia de Segurança Pública, não permitirá atos que possam colocar em causa a segurança dos cidadãos. Para além dos processos de inquérito e disciplinares em curso, determinei à Inspeção Geral da Administração Interna a instauraçao urgente de inquéritos relativos ao policiamento dos jogos Famalicão-Sporting e Leixões-Nacional, bem como às suas consequências”, referiu em conferência de impresa no Ministério da Administração Interna, em Lisboa, após ter estado reunido com o Director Nacional da Polícia de Segurança Pública (PSP) e o Comandante-Geral da Guarda Nacional Republicana (GNR).
José Luís Carneiro admitiu ainda que os agentes têm o direito à manifestação, mas alertou que “não podem ultrapassar a fronteira da prática de atos de indisciplina e insubordinação”. “O limite é o da garantia do cumprimento da missão que está confiada às forças de segurança num Estado de Direito”, frisou, assumindo que serão objeto de “participação disciplinar e eventualmente participação criminal” todo e qualquer ato que ponham em causa o cumprimenrto dos deveres das firças de segurança.
“A PSP encontra-se a concluir a identificação dos autores dos desacatos em Famalicão, que será comunicada ao Ministério Público”, acrescentou o ministro, referindo ainda que irá participar à Inspeção Geral da Administração Interna as declarações de sábado do presidente do SINAPOL, que admitiu um boicote da PSP durante as eleições legislativas.
Carneiro anunciou ainda que pediu a abertura de inquéritos ao adiamento de dois jogos de futebol, revelando ainda que enviou para o Ministério Público indícios que pode servir para saber se incitação à insubordinação está ligada a movimentos extremistas.