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Diretora-geral da Saúde justifica ausência de quase um mês das comunicações sociais

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Justificando a ausência com uma nova estratégia de comunicação, a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, desvalorizou hoje o facto de não aparecer em público há quase um mês, durante o pior período da pandemia de covid-19.

“A diretora-geral da Saúde não precisa de aparecer; a diretora-geral da Saúde precisa de trabalhar. E esta foi uma fase, em que, do ponto de vista comunicacional, se tomaram outras opções. E eu continuo a trabalhar exatamente como sempre trabalhei”, disse.

“A comunicação já teve muitas formas de existência. Esta é apenas uma delas e, portanto, cá estou para trabalhar como sempre trabalhei em torno da vacinação” disse Graça Freitas que falava aos jornalistas na cerimónia que assinalou o arranque do rastreio ao cancro da mama, numa Unidade Móvel da Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC), junto ao Centro de Saúde de Alcochete, no distrito de Setúbal.

Questionada sobre a demissão do coordenador da ‘task force’ da campanha de vacinação, a diretora-geral da Saúde escusou-se a fazer comentários, mas fez questão de elogiar a carreira de Francisco Ramos.

“Foi uma decisão tomada pelo Dr. Francisco Ramos, num contexto que todos conhecemos. Não me compete comentar a sua saída da ‘task force’. Compete-me apenas aqui deixar uma palavra de homenagem a toda a carreira do Dr. Francisco Ramos”, disse Graça Freitas, que também desejou felicidades ao novo coordenador do plano de vacinação, almirante Henrique Gouveia e Melo.

Quanto ao plano de vacinação da covid-19, Graça Freitas disse que Portugal é “um estado desenvolvido”, que tem um Serviço Nacional de Saúde sólido, e que, mais uma vez, terá capacidade de se organizar para dar resposta a um grande desafio.

“Queria deixar aqui uma mensagem: [a vacinação] é uma esperança, é uma coisa positiva, de um modo geral está a correr bem. Não nos vamos apegar às coisas que correm menos bem para denegrir aquilo que está a acontecer e a correr bem”, afirmou a diretora-geral da Saúde.

“E quero aqui deixar bem claro uma coisa. De acordo com o número de vacinas que nós estamos a receber – nós só podemos vacinar com as vacinas que temos – estamos num ritmo muito bom. E quero também dizer aqui a todos os portugueses que, agora que estamos a entrar numa nova fase – a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT) já teve unidades a vacinar esta semana e para a semana isto será generalizado -, que todos vão ser vacinados. Não podemos é ser vacinados todos no mesmo dia porque é impossível”, sublinhou.

Graça Freitas lembrou ainda que se está a iniciar a “vacinação dos mais velhos e de pessoas mais doentes” e assegurou que todos os portugueses vão ser convocados para serem vacinados.  

“Não serão todos chamados na primeira semana, nem na segunda, mas há mecanismos. Os utentes vão receber um SMS, que vem com o indicativo de 2424. Quando virem 2424 no SMS sabem que é uma convocatória para a vacinação”, disse.

Quanto às pessoas que não veem ou não estão atentas aos SMS, Graça Freitas lembra que há mecanismos alternativos para localizar as pessoas, seja por telefone, por carta ou através das autarquias e das forças de segurança.

“Portugal vacina há décadas. Milhões de pessoas são vacinadas todos os anos. Nós acabamos de fazer uma campanha da gripe que vacinou, em pouco mais de um mês e meio, dois milhões de pessoas. E mantemos o Programa Nacional de Vacinação a funcionar. Portanto, temos que confiar nas instituições, temos que confiar no planeamento, temos que confiar no que temos de positivo”, defendeu.

“Lapsos, erros, falhas incumprimentos, existem. Existem, mas vamos ver em que proporção e vamos ver como é que os conseguimos detetar e prevenir. Agora temos que olhar para o positivo. O positivo é que muito mais de 300 mil pessoas, mais propriamente de 360 mil pessoas, foram já vacinadas. E não foram vacinadas mais porque não chegaram mais vacinas e, como sabem, nós tivemos que aguardar vacinas para a segunda dose”, concluiu a diretora-geral da Saúde.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.269.346 mortos resultantes de mais de 104,3 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 13.257 pessoas dos 740.944 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

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