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Covid-19: Despedimentos coletivos duplicaram em 2020

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O número de trabalhadores visados em processos de despedimento coletivo (intenção de despedir) subiu para lá do dobro em 2020, registando o maior salto anual das séries oficiais que remontam a 2005.

Nestes despedimentos coletivos foram visados mais de 8299 trabalhadores durante este ano, registando-se só em dezembro mais de 1000.

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De acordo com o levantamento feito, o cenário de 2020 é desolador e mostra bem como depois do primeiro embate da pandemia, há muitas empresas que já não estão a conseguir manter empregos.

Ou então deixaram de ter interesse em manter postos de trabalho no mercado português uma vez que a perspetiva é que uma retoma fraca, das mais débeis da Europa.

Depois de um primeiro momento de ‘espera para ver’, em que o governo avançou com medidas para proteger temporariamente o emprego (o lay-off simplificado foi usado por cerca de 115 mil empresas, envolvendo quase 900 mil trabalhadores protegidos), a verdade é que essa fase terminou e o desemprego e os despedimentos agora estão a subir a sério.

O governo não conta com um agravamento da taxa de desemprego no Orçamento de Estado de 2021 (feito em outubro), mas em dezembro duas instituições, o Banco de Portugal e a OCDE, projetaram um agravamento do peso do desemprego na população ativa para a casa dos 9%. Mais dois pontos percentuais face aos 7% deste ano.

Os dados dos despedimentos coletivos, processos que são muito agressivos e debilitantes para os trabalhadores, mas que também penalizam as empresas que a eles recorrem na relação com os bancos, com os fornecedores e clientes e na sua imagem de mercado, são disso exemplo.

Quando faltava um mês para acabar este ano de 2020 (no final de novembro), o número de pessoas visadas em processos de despedimento já ia nos 7012 casos mais 103% (mais do dobro) face aos 3452 casos de 2019. É o maior aumento dos últimos 15 anos, pelo menos. Pior do que no tempo da troika.

O valor apurado pela DGERT no final de novembro vai continuar a engrossar, claro. Para já, em números absolutos, estamos a falar da pior marca desde 2013.

O número de trabalhadores efetivamente despedidos (processos concluídos) também duplicou (final de novembro) face ao total de 2019. A direção-geral do Ministério do Trabalho apurou 6543 pessoas despedidas, mais 105% do que em 2019. Trata-se da subida mais violenta desde 2006.

Recorde. Trabalhadores arrastados por despedimentos coletivos duplicam em 2020
A região mais fustigada por esta destruição de postos de trabalho é Lisboa e Vale do Tejo, com quase 60% dos despedimentos coletivos (pessoas). O agravamento face a 2019 foi de 151%.

Na região Norte registaram-se quase 30% dos despedimentos coletivos do continente, mas o aumento, apesar de elevado, é bastante mais baixo do que o verificado em Lisboa. O número de despedidos no Norte subiu 22% entre dezembro de 2019 e novembro de 2020.

Olhando para a dimensão empresarial, percebe-se que a razia é enorme nas empresas mais pequenas. As microempresas foram responsáveis por 15% dos despedimentos, as pequenas empresas por mais de 45%. Estes dois grupos concentram quase dois terços dos despedimentos concluídos no continente, portanto.

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