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As declarações de João Pedro Sousa após o Nacional x Famalicão

Declarações dos treinadores do Nacional e Famalicão, no final do encontro da 16.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol, que terminou com a vitória do Nacional por 2-1:

João Pedro Sousa (treinador do Famalicão): “Não concordo que houve transformação da primeira para a segunda parte. Defrontámos uma equipa muito competente e que tinha de reagir a um resultado negativo e foi isso que aconteceu. Não conseguimos foi dar resposta a essa reação. Já no final da primeira parte, sentimos isso, com alguma dificuldade em controlar o jogo. Se calhar houve alguma fadiga de alguns jogadores que já não competem há muito tempo. Na segunda parte, custou-nos um pouco a acompanhar o ritmo forte do Nacional. Mas reagimos depois dos golos sofridos e ficámos por cima, mas foi insuficiente para conseguir marcar novamente e para, pelo menos, empatarmos o jogo.

Está a ser muito complicado, com situações de várias ordens como lesões castigos e covid. É muita coisa junta. Hoje, tivemos que fazer duas substituições por lesões. Está complicado para os jogadores e isso é que me deixa muito triste. Eles sentem quando as coisas não correm bem no jogo ou quando planeamos uma coisa e não conseguimos fazer. Mas noutros jogos, se calhar, eles mereciam um bocadinho mais de sorte, por aquilo que trabalham, por aquilo que acreditam, por aquilo que lutam e por aquilo que jogam. A nossa vida é mesmo isso.

A minha é encontrar soluções e ferramentas para os ajudar a ganhar. Eles têm dado boas respostas e vamos, seguramente, terminar o campeonato noutro lugar.

Não me quero agarrar à falta de experiência, mas claro que há alturas em que há alguma imaturidade. Nós sabemos isso e os jogadores sentem isso. Mas isso são coisas que nós assumimos desde início. Utilizámos jogadores que podiam jogar na Liga Revelação. O nosso plantel é muito jovem, mas o custo está assumido e identificado. Mas é óbvio que há alturas dos jogos em que um bocadinho de mais maturidade ajudava. Mas longe de arranjar desculpas para estarmos na posição em que estamos”.

Luís Freire (treinador do Nacional): “A nossa transformação na segunda parte passa por sermos nós a tentar construir o nosso jogo. Na primeira parte, o Famalicão, fresco fisicamente, pressionou-nos, com o Nacional a procurar ser igual a si próprio, a construir o jogo. O Famalicão na primeira parte conseguiu estar muito alto no campo, com um bloco muito alto e compacto, com pouco espaço entre linha. Nós tivemos pouca paciência, mas a lesão do Kal destabilizou um bocadinho. O jogo esteve parado algum tempo e foi complicado. Acabámos por não ter a paciência necessária para nos instalarmos no meio campo ofensivo. Despejámos muitas bolas longas, sem grande perigo. O Famalicão ganhava a bola e saía com perigo.

Não foi tanto não termos tentado desde início, porque o fizemos, mas o adversário estava mais fresco e tapou melhor os caminhos para a baliza e acabou por aproveitar alguns erros, como o golo que surge de uma perda de bola no corredor central.

Depois do 1-0, nos últimos 10 minutos da primeira parte, houve uma forte reação, onde conseguimos duas ou três chances, até de bola parada, onde por pouco não fizemos o empate. Julgo que o jogo não estava muito desequilibrado.

Ao intervalo, procurámos explicar aos jogadores onde estariam as vantagens. Circular a bola mais rápido, abrindo mais os centrais. A equipa acreditou no processo e na mensagem e entrou completamente determinada em procurar o golo, que só surgiu já passado algum tempo. Pressionámos muito bem o adversário, condicionando o jogo do Famalicão. Tivemos uma grande atitude, a assumir o jogo e a criar perigo constante. Acabámos por dar a volta ao jogo, julgo que de uma forma justíssima, com boas jogadas de futebol e com muito mérito dos meus jogadores.

Até 10 minutos do fim, estivemos à procura do terceiro golo. Nos últimos 10 minutos, baixámos um pouco e o adversário reagiu e acabou por no final ter uma ou duas situações.

Tenho que dar uma palavra aos meus jogadores, porque há algum tempo que não ganhávamos. O processo estava a crescer e isso notava-se. Os jogadores não se destabilizaram com os resultados. Acreditaram e uniram-se. Esta vitória é um prémio mais que justo para este grupo, que hoje mostrou toda a sua qualidade. Além do resultado, foi também a exibição.

Esta vitória é de todo o grupo, ‘staff’ inclusive, e dos adeptos que estiveram aqui a nos apoiar, que nós ouvimos. Principalmente, temos de estar juntos, unidos e fortes, porque vai ser uma guerra muito grande. Não tivemos o nosso melhor marcador e guarda-redes que costuma jogar sempre [Daniel Guimarães]. Tivemos outros jogadores condicionados. Hoje fomos uns guerreiros.

Os reforços são sempre bem-vindos. O campeonato é muito longo e é jogado de três em três ou quatro em quatro dias. Quase não há tempo para treinar. Há tempo só para dar informação, recuperar, viajar e jogar. Como é lógico, com isto vão aparecendo lesões, castigos e também a covid que anda por aí à solta e pode nos calhar. Temos de estar conscientes de que é preciso reforçar alguns setores. Mas com o sentimento que os nossos reforços já cá estão, que são os nossos jogadores que cá estão. Os que chegarem têm que fazer parte da família, lutar pelo seu lugar e ter vontade de ajudar”.

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