Siga-nos nas redes

País

Utentes devem usar cuidados de saúde primários e SNS24 em vez de urgências

Publicado

em

Seja qual for o sintoma, a Associação de Medicina Geral e Familiar apelou hoje aos utentes para recorrerem sempre primeiro aos cuidados de saúde primários e ao SNS24, sublinhando que essa deve ser a porta de entrada no SNS.

“A porta de entrada dos doentes no sistema, no Serviço Nacional de Saúde (SNS), tem de ser os cuidados de saúde primários e não os serviços de urgência hospitalares, que têm de ser reservados para situações efetivamente urgentes e emergentes”, defendeu Nuno Jacinto, presidente da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF).

O responsável falava depois de, após dias de filas com dezenas de ambulâncias a aguardar nas urgências do Hospital de Santa Maria, o presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte (CHULN) ter anunciado que será feita uma pré-triagem aos doentes para tentar evitar a acumulação de veículos.

Segundo disse na quinta-feira Daniel Ferro, uma equipa do INEM, acompanhada por uma equipa da Proteção Civil, passará a fazer uma pré-triagem das situações e, se todos os casos que não justifiquem o acesso à urgência hospitalar serão enviados para o ACES de Sete Rios e de Odivelas.

O CHULN já tinha apelado à população para recorrer ao transporte de ambulância apenas em situações justificadas, dirigindo-se ao centro de saúde nas situações de ausência ou sintomas ligeiros”.

Em declarações hoje à agência Lusa, o presidente da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar reconheceu que os serviços nos cuidados de saúde primários (centros de saúde) estão assoberbados, mas afirmou que “são eles que têm a função de atender doentes agudos que poder ser aí tratados, evitando sobrecarregar as urgências hospitalares”.

“Os cuidados de saúde primários, apesar de estarem assoberbados, têm obviamente essa função, e estão disponíveis para isso”, afirmou.

Nuno Jacinto sublinhou ainda a necessidade de os doentes, além dos cuidados de saúde primários, recorrerem ao SNS24, que não serve apenas para fazer a triagem de casos covid-19 ou com suspeita de covid-19.

“Temos uma linha de saúde, a SNS24, que, com todas as suas dificuldades, funciona e dá este apoio, tentando da melhor forma possível encaminhar estes doentes”, acrescentou.

Nuno Jacinto defende que o recurso indevido às urgências hospitalares “não é de agora”, mas que “a pandemia veio sublinhar” este problema e a necessidade de ter resposta ao nível dos cuidados de saúde primários.

“Sempre estivemos continuamos a fazer isso [atender urgências de doentes agudos que podem evitar ir às urgências], claro que graças à nossa sobrecarga. Esta tem de ser uma realidade para melhor gerirmos este percurso do doente no SNS”, disse.

Sobre a eventual falta de resposta em horários alargados nos centros de saúde, o responsável diz que a resposta em atendimento urgente a doentes agudos continua a ser dada nos cuidados de saúde primários e que “os horários vão variando e são adaptados consoante as necessidades”.

“O que existe nos cuidados de saúde primários são áreas dedicadas a doentes com problemas respiratórios, para onde são encaminhados esses doentes, e essa oferta vai sendo ajustada conforme a procura” e o seu funcionamento (horário e profissionais) “vai sendo ajustado e monitorizado” pelos Agrupamentos de Centros de Saúde (ACES).

“A questão é que há doentes que passam fora deste radar e acabam por ser enviados diretamente à urgência hospitalar, ou porque tiveram demora na resposta do SNS 24 ou porque não conseguiram contactar a sua unidade de saúde, por algum motivo, e acabam por ir diretamente à urgência hospitalar e isso origina esta situação que estamos a viver”, afirmou.

Nuno Jacinto frisa que “não é só em Lisboa e Vale do Tejo que esta situação acontece: “No Alentejo, onde trabalho, também tem acontecido com enorme frequência, temos os hospitais lotados e as urgências cheias e urgências sem capacidade de receber mais doentes”.

“Sempre existiu ao longo dos anos nos cuidados de saúde primários o atendimento a nível de situações agudas. Não deixaram de funcionar, mas nós tivemos de nos desdobrar em dois atendimentos diferentes – circuito para covid-19 ou suspeitos e circuito não covid-19”, disse o responsável, insistindo: “Mas essas consultas continuam a funcionar, a dar uma resposta complexa, difícil e que nos exigem um enorme esforço, mas os doentes com sintomas ligeiros a moderados é aí que devem recorrer inicialmente para serem avaliados”.

PARTILHE ESTE ARTIGO:
Publicidade Publicidade

pub

LER JORNAL

Artigos Recentes

Famalicãohá 4 horas

Famalicão: Duas pessoas feridas após atropelamento junto à escola D. Sancho I

Duas pessoas ficaram feridas, na noite desta terça-feira, na sequência de um atropelamento rodoviário na rua Barão Trovisqueira, junto á...

Póvoa de Varzimhá 6 horas

Novo santuário da “Santinha de Balasar” terá capacidade para 2.500 fieis e estará pronto no mês de outubro

Ficará pronto, no próximo mês de outubro, o Santuário Eucarístico Alexandrina de Balasar, a nova casa da “Santinha de Balasar”,...

Desportohá 7 horas

Famalicense Pedro Almeida pronto para época “muito competitiva” no Campeonato de Portugal de Ralis (CPR)

O piloto famalicense Pedro Almeida inicia, esta sexta-feira, a nova uma temporada do Campeonato de Portugal de Ralis (CPR), uma...

Guimarãeshá 8 horas

Trabalhadores dos serviços de limpeza e vigilância do Hospital de Guimarães e Gaia em greve

O Sindicato dos Trabalhadores de Serviços de Portaria, Vigilância, Limpeza, Domésticas e Atividades Diversas (STAD) anunciou hoje greves de 24...

Famalicãohá 9 horas

Famalicão: Chuva regressa esta quarta-feira. Temperaturas máximas vão descer 5 graus

Depois de um dia de Carnaval com sol, céus limpos e temperaturas que atingiram os 21 graus, Famalicão espera o...

Regiãohá 9 horas

GNR: Jogo ilegal em ‘tablet’ num café resulta na detenção da proprietária e cliente em Vila do Conde

O Comando Territorial da Guarda Nacional Republicana do Porto, através do Posto Territorial de Vila do Conde, levou a cabo...

Economiahá 10 horas

Salários: Mulheres ganham em média menos 242 euros do que os homens

As mulheres em Portugal ganhavam em média menos 242 euros por mês que os homens em 2024, o que significa...

Desportohá 11 horas

Famalicão: Atletas da PatinAVE conquistam medalhas de ouro e prata na Liga Esperança

Este último domingo assinalou mais um momento de competição para as atletas da PatinAVE – Academia de Patinagem do Ave,...

Paíshá 12 horas

ASAE apreendeu mais de 149 mil litros de azeite e óleo alimentar em 2024

A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) levou a cabo diversas ações de prevenção criminal, no setor do azeite,...

Regiãohá 13 horas

Vila do Conde: Casal acusado de lucrar com auxílio à imigração ilegal de brasileiros

O Ministério Público (MP) acusou um casal em Vila do Conde de auxílio à imigração ilegal, sustentando que “sob o...

Arquivo

Mais Vistos