A Unidade de Saúde do Norte Alentejano (ULSNA) revelou hoje que vai instaurar um inquérito para apurar as circunstâncias da morte no hospital de Portalegre de um bebé de oito dias, por alegada falta de socorro médico.
O porta-voz da ULSNA, Ilídio Pinto Cardoso, disse que a administração daquela unidade hospitalar vai avançar com o inquérito e tomar uma posição sobre este caso “mais tarde”.
A administração da ULSNA está reunida esta manhã, com caráter de urgência, para analisar esta situação.
A revista Sábado noticiou a morte de um bebé de oito dias, na quinta-feira, no hospital de Portalegre, “por falta de socorro médico”.
Segundo a notícia da revista, “o socorro foi pedido pelo pai da criança e os bombeiros foram acionados às 09:33”, depois de o Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) ter dito que a Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER) “do hospital de Portalegre não estava operacional”.
A publicação apurou ainda, junto de fontes do CODU, que a VMER “a viatura médica de emergência não estava disponível às 20:00 desta quinta-feira por falta de médico para a tripular”.
A informação foi “confirmada pelo comandante dos Bombeiros Voluntários de Portalegre”, Pedro Bezerra, que afirmou que, num caso como este, “é evidente que o apoio médico teria decidido a situação”.
“Os meus homens fizeram manobras de reanimação cardiorrespiratória no local e até chegar ao hospital, mas não foram suficientes”, acrescentou o comandante.
A revista sublinhou ainda que as circunstâncias da morte “ainda são desconhecidas” e que, no pedido de socorro, os bombeiros “foram apenas informados” de que o bebé “estava mal”.
O Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), que aciona a VMER, está a apurar o sucedido, avançou também a Sábado.
A Lusa contactou hoje o INEM, mas está a aguardar ainda esclarecimentos sobre esta situação.
A Ordem dos Médicos (OM) defendeu hoje que esta situação deve ser “rapidamente investigada e esclarecida”, por configurar “uma situação muito grave”.
“A morte deste bebé tem de ser investigada até às últimas consequências para que todas as possíveis falhas sejam rapidamente corrigidas e a confiança da população na resposta de emergência seja restabelecida”, disse o bastonário da OM, Miguel Guimarães, em comunicado.
No comunicado, a Ordem dos Médicos aludiu às “informações vindas a público sobre a morte de um recém-nascido que acabou por ser transportado para o hospital de Portalegre pelos bombeiros sem ter sido assistido” pela Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER) do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM).
Esta situação, caso se tenha verificado, configura “uma situação muito grave e que deve ser rapidamente investigada e esclarecida”, pode ler-se no comunicado.