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“Horas nas macas das ambulâncias” em frente aos hospitais, é este o cenário descrito pelo presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, este sábado. Inclusive, sabe-se que um paciente faleceu dentro da ambulância sem entrar na unidade hospitalar.
Apesar da situação ter sido registada em Torres Vedras, o cenário repete-se um pouco por todo o país. A falta de espaço e camas nos hospitais, assim como o cansaço dos profissionais de saúde é retratado em todas as instituições de saúde.
“Recebi uma informação de um doente que morreu dentro de uma ambulância. Isso é garantido”, avançou à agência Lusa o presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), Jaime Marta Soares, assumindo que os bombeiros estão a viver “momentos muito difíceis e muito complicados”, porque estão a ser eles a fazer “quase de hospitais”.
O responsável revela ainda que as ambulâncias dos bombeiros estão a ficar retidas à porta dos hospitais porque “não há macas”. “Eles estão horas nas nossas macas, alguns dentro das próprias ambulâncias, a ponto de já terem morrido cidadãos dentro das próprias ambulâncias, e muitas vezes as nossas macas ficam lá retidas, nos corredores, nas urgências, onde efetivamente esses hospitais se servem do nosso equipamento para garantir o resguardo dos doentes, já que não têm capacidade com camas, nem com macas”, garante Jaime Marta Soares.
Para o presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, a solução passaria por universalizar-se o material, equipando as ambulâncias com macas adequadas e iguais às dos hospitais e, portanto, quando os bombeiros chegassem ao hospital com o doente deixavam-no na maca e traziam outra maca da unidade hospital, permitindo que não parasse o acesso aos doentes, nem parassem as ambulâncias.