PSD e CDS-PP reúnem hoje os Conselhos Nacionais dos dois partidos para aprovar a constituição da coligação pré-eleitoral Aliança Democrática, que incluirá também o PPM, para concorrer às próximas eleições legislativas e europeias.
As reuniões destes dois órgãos máximos entre congressos vão decorrer ao mesmo tempo, a do PSD em Braga e a do CDS-PP em Lisboa, ambas com início marcado para as 21:00.
De acordo com fontes da coligação, o CDS-PP assegurou dois lugares elegíveis, um na lista por Lisboa e o outro pelo Porto, mas pode conseguir eleger mais deputados nestes círculos se o resultado for melhor face ao das últimas eleições legislativas.
Já o PPM terá um lugar de difícil eleição na lista por Lisboa, o 21.º.
O presidente do CDS-PP, Nuno Melo, já indicou numa entrevista que será, nas próximas legislativas de março, um dos candidatos a deputado pelo partido, que garante o regresso à Assembleia da República com este acordo de coligação.
Na última vez que PSD e CDS-PP concorreram juntos a eleições legislativas, com a coligação “Portugal à Frente”, em 2015, conseguiram eleger 18 deputados por Lisboa e 17 mandatos pelo Porto.
Nas últimas eleições legislativas, em 2022, o PSD elegeu 13 deputados pelo círculo de Lisboa e 14 pelo Porto.
Já o CDS-PP perdeu a representação parlamentar pela primeira vez, uma vez que não conseguiu eleger nenhum deputado.
Para dia 15 de janeiro, estão marcadas novas reuniões do Conselho Nacional dos dois partidos, para aprovar as listas de candidatos a deputados, que têm de ser entregues até dia 29.
PSD e CDS-PP anunciaram em 21 de dezembro do ano passado que irão concorrer coligados às eleições legislativas de março e às europeias de junho com uma coligação pré-eleitoral, que recupera o nome Aliança Democrática (a designação das primeiras coligações celebradas entre PSD e CDS-PP nos anos 80) e que vai incluir “personalidades independentes”.
Na quarta-feira, foi anunciado que também o PPM integrará esta coligação pré-eleitoral, já aprovada pelos órgãos do partido.
Esta é a quarta vez que PSD e CDS-PP irão juntos a votos em legislativas.
Aquando do anúncio, através de um comunicado conjunto, PSD e CDS-PP indicaram que vão valorizar e acolher, entre outras, as ideias do “Manifesto por uma Alternativa Reformista e Moderada”, subscrito por “mais de 100 personalidades notáveis da sociedade portuguesa” a apoiar um eventual novo executivo liderado pelos sociais-democratas e pelo seu presidente, Luís Montenegro.
A AD “propõe-se oferecer aos portugueses uma efetiva mudança política e de políticas”, prometendo “muito mais ambição para elevados níveis de prosperidade, de crescimento da economia e dos rendimentos e oportunidades para todos os portugueses”.
Na nota, os líderes do PSD e do CDS-PP, Luís Montenegro e Nuno Melo, comprometeram-se ainda com uma “coragem reformista” com o objetivo de fomentar “a competitividade das empresas, a qualificação dos portugueses, a inovação e geração de valor acrescentado, o reforço do Portugal empreendedor e exportador, a valorização do mundo rural, que salve e reabilite o Estado Social do definhamento em curso, e que assegure a todos os portugueses a saúde, educação e habitação acessíveis e com qualidade”.
A futura AD terá “forte consciência social e baseada na dignidade da pessoa humana, para combater a pobreza, reativar a mobilidade social, valorizar a família, retomar a exigência na educação e que volte a confiar nas instituições sociais do terceiro setor”, lia-se.