Foi em entrevista ao jornal Público que o presidente da Associação Portuguesa dos Administradores Hospitalares (APAH), Alexandre Lourenço, mostrou a sua preocupação com a possível sobrelotação dos hospitais portugueses.

Os contactos sociais aumentaram significativamente nas festividades de Natal e Ano Novo, o que contribuiu para inverter a tendência de abrandamento da situação pandémica.

Alexandre Lourenço admite que antes deste período “Portugal estava a entrar num cenário de abrandamento” e que “o aumento dos contactos de risco e o subdiagnóstico, devido ao facto de muitos centros terem estado encerrados, vai certamente ter implicações nos próximos dias e semanas”.

Para o especialista, os números reportados não refletem ainda as infeções ocorridas no âmbito dos últimos dias. “O modelo matemático está correcto, mas sabemos que na última semana, além do aumento dos contactos de risco, houve uma diminuição da capacidade de detecção porque o número de testes realizados foi mais baixo, mais não fosse porque tivemos muitos serviços encerrados”, explica Alexandre Lourenço.