A Rússia anunciou hoje, pelo segundo dia consecutivo, que utilizou mísseis hipersónicos na Ucrânia, desta vez para destruir uma reserva de combustível do exército ucraniano no sul do país.
“Uma grande reserva de combustível foi destruída por mísseis Kalibr, disparados do Mar Cáspio, bem como mísseis balísticos hipersónicos disparados pelo sistema aeronáutico Kinjal do espaço aéreo da Crimeia”, disse o Ministério da Defesa num comunicado, citado pela agência francesa AFP.
O ministério acrescentou que o ataque ocorreu na região de Mykolayiv, mas não especificou a data.
Segundo o ministério russo, o alvo destruído foi “a principal fonte de combustível para os veículos blindados ucranianos” colocados no sul do país.
As autoridades ucranianas denunciaram um ataque, na sexta-feira de manhã, com seis mísseis contra um quartel na região de Mykolayiv, junto ao Mar Negro, que poderá ter provocado dezenas de mortos.
O míssil balístico hipersónico Kinjal (“punhal”, em russo) e o míssil de cruzeiro Zircon pertencem a uma família de novas armas desenvolvidas pela Rússia.
O Presidente russo, Vladimir Putin, descreveu estas armas como invencíveis, porque supostamente são capazes de escapar a qualquer sistema de defesa.
Moscovo já tinha anunciado, no sábado, a utilização de mísseis Kinjal na Ucrânia.
A confirmar-se, terá sido a primeira utilização conhecida em condições reais de combate deste sistema, que foi testado pela primeira vez em 2018.
A Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro, desencadeando uma guerra que provocou um número ainda por determinar de baixas civis e militares.
A ONU confirmou a morte de 847 civis até sexta-feira, incluindo 64 crianças, mas alertou que os números reais “são consideravelmente mais elevados”.
A guerra na Ucrânia, que entrou hoje no 25.º dia, também levou mais de 3,3 milhões de pessoas a fugir para os países vizinhos, segundo a agência da ONU para os refugiados.
As Nações Unidas calculam que o conflito originou ainda cerca de 6,5 milhões de deslocados internos, ou seja, pessoas que abandonaram o local habitual de residência, mas que permanecem no país.
Cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia, de acordo com as Nações Unidas.
A ONU considera que se trata da pior crise do género na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão da Ucrânia foi condenada pela generalidade da comunidade internacional e muitos países e organizações impuseram sanções à Rússia que atingem praticamente todos os setores, da banca ao desporto.