A Alemanha vai substituir parte da sua frota envelhecida de aviões de caça Tornado por caças furtivos norte-americanos F-35 e Eurofighters, para garantir sinergias com aliados da NATO, de acordo com Berlim.
A decisão de adquirir 35 aviões F-35A e 15 Eurofighter permitirá “reforçar significativamente o equipamento do exército”, argumentou a ministra da Defesa alemã, Christine Lambrecht.
A questão da substituição dos Tornados, que datam das décadas de 1980 e 1990, tinha sido discutida há vários anos, sabendo-se que a Alemanha tem uma frota de 93 aeronaves deste tipo, muitas delas em mau estado.
“Na minha opinião, só pode haver uma resposta à agressão de Putin: unidade no seio da NATO e uma força dissuasora credível”, defendeu o inspetor das forças aéreas alemãs Ingo Gerhartz, justificando esta decisão com a necessidade de garantir a segurança do espaço aéreo da Aliança Atlântica.
A invasão russa da Ucrânia provocou uma mudança radical na política de segurança alemã, ilustrada pelo anúncio de um pacote financeiro de 100 mil milhões de euros para modernizar as Forças Armadas, bem como um orçamento de pelo menos 2% do PIB em defesa.
O F-35 fabricado pela companhia norte-americana Lockheed Martin é considerado o avião de caça de maior sucesso da atualidade, apesar do seu elevado preço, que ronda 145 milhões de euros por unidade.
Os aviões serão usados por Berlim principalmente para transportar mísseis nucleares norte-americanos no âmbito de operações de dissuasão da NATO e a sua escolha é justificada pela vantagem de criar sinergias dentro da Aliança Atlântica.
Além dos Estados Unidos, muitos países da NATO fizeram pedidos de F-35, incluindo Reino Unido, Itália, Países Baixos, Noruega e Polónia.
Lambrecht explicou que a escolha dos F-35 permitirá à Alemanha um “potencial único de cooperação” com os seus aliados.