Os soldados russos desmoralizados querem abandonar o exército e dizem que estão a ser “massacrados” na Ucrânia, de acordo com chamadas telefónicas interceptadas a amigos e entes queridos no seu país.
Traduções de várias chamadas telefónicas das tropas russas foram partilhadas online pelo político ucraniano Anton Herashchenko, um conselheiro do Ministério dos Assuntos Internos.
Nelas, as tropas russas afirmaram que a guerra podia arrastar-se por “meses”, e um soldado alegou que o seu batalhão estava sem comida e que as forças estavam a pilhar um supermercado próximo para comer, relata The Sun.
Num clipe arrepiante, um soldado que telefonava para casa queixou-se: “Não temos aviação, não temos apoio. Somos como carne para canhão”.
Este acrescentou que “faria qualquer coisa para voltar para casa … demitir-se do exército, estou-me nas tintas para isso”.
O parente com quem ele estava a falar concordou que também deveria “demitir-se” do exército.
O soldado também disse: “Esperamos ansiosamente pelo fim de tudo para irmos para casa, esta maldita guerra f*deu toda a gente, lutamos sem nenhuma razão”.
Também afirmaram que não tinham “nenhuma cobertura” no campo de batalha.
Um soldado, numa furiosa reclamação ao telefone com o seu camarada, cheio de palavrões, disse que o seu batalhão estava “mais próximo” das forças ucranianas e que enfrentava “massacres” nas mãos do inimigo.
Descreveu companheiros soldados que “acordam a gritar” durante a noite, enquanto outros estavam “a tremer” e “com medo” de lutar.
Um terceiro soldado, num telefonema alegadamente com a sua mulher na Rússia, disse-lhe: “A própria Rússia atacou a Ucrânia, não compreendo. Estamos definitivamente aqui até Maio, isso é certo”.
Ele acrescentou: “A guerra pode durar alguns anos… alguém aqui morre todos os dias”.