“Em todos os locais onde há combates, as populações estão exaustas, cansadas da guerra, que é sempre inútil, inconclusiva e só traz morte e destruição, e nunca a solução para o problema”, afirmou Francisco, no Vaticano, após a oração do Angelus.
O Papa referiu-se à província moçambicana de Cabo Delgado, onde “volta a reinar a violência contra pessoas desarmadas, a destruição de infraestruturas, a insegurança”, recordando que “há poucos dias foi incendiada a missão católica de Nossa Senhora de África”.
“Rezemos para que a paz regresse a esta região atormentada e não esqueçamos os muitos conflitos que ensanguentam África e muitas partes do mundo, a Europa, a Palestina, a Ucrânia”, adiantou.
Francisco lembrou também que “10 meses se passaram desde o início do conflito armado no Sudão”, que provocou uma situação humana gravíssima.
“Peço, mais uma vez, às partes em conflito que parem com esta guerra, que tanto prejudica o povo e o futuro do país. Rezemos para que sejam rapidamente encontrados caminhos de paz para construir o futuro do amado Sudão”, salientou.
Aos milhares de fiéis concentrados na Praça de São Pedro, o Papa pediu para que não se esqueçam de que “a guerra é sempre uma derrota, sempre” e apelou à oração.
“Rezemos sem nos cansarmos, porque a oração é eficaz e peçamos ao Senhor o dom de mentes e corações dedicados à paz”, acrescentou.
A província de Cabo Delgado enfrenta há seis anos alguns ataques reivindicados pelo Estado Islâmico, o que levou a uma resposta militar desde julho de 2021, com apoio do Ruanda e da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral, libertando distritos junto aos projetos do gás.
Depois de um período de relativa estabilidade, novos ataques e movimentações foram registados em Cabo Delgado, nas últimas semanas, embora localmente as autoridades suspeitem que a movimentação esteja ligada a perseguição imposta pelas Forças de Defesa e Segurança nos distritos de Macomia, Quissanga e Muidumbe, entre os mais afetados.
A guerra no Sudão, que começou em abril de 2023 entre o Exército e os paramilitares, já causou mais de 13 mil mortos e provocou a maior crise de deslocados do mundo da atualidade, de acordo com a ONU.