Site icon Fama Rádio e Televisão

Catarina Martins diz que fecho das maternidades é o “princípio do fim” do SNS

A porta-voz do Bloco de Esquerda (BE), Catarina Martins, durante uma conferência de imprensa na sede do partido para apresentação das conclusões da reunião da Comissão Política sobre os resultados eleitorais, Lisboa, 5 de outubro de 2015. MIGUEL A. LOPES/ LUSA

A coordenadora do BE, Catarina Martins, criticou hoje o “anúncio sorrateiro” e sem debate dos encerramentos das maternidades, que em alguns casos poderão ser definitivos, alertando que “está em causa o princípio do fim do SNS”.

“Algumas maternidades encerrarão definitivamente já a partir de janeiro. Nos últimos dias, as medidas do Governo para o SNS resumem-se a encerramentos de serviços, ora temporários, ora permanentes. Nada foi debatido e o anúncio sorrateiro, feito por Fernando Araújo, acontece na pausa natalícia”, escreveu Catarina Martins numa publicação nas redes sociais na qual deixa muitas críticas ao Governo.

Para a líder do BE, “quem sempre se levantou pelo SNS não pode calar-se agora” porque “o que está a acontecer é grave demais e não é só sobre maternidades”, mas sim “sobre todo o SNS”.

“Ao longo dos anos, houve debates acalorados sobre encerramento de serviços em regiões onde a população estava a diminuir. (…) Este é um debate importante, mas agora está em causa algo maior, está em causa o princípio do fim do SNS”, alertou.

Catarina Martins considerou que “os serviços são fechados não por falta de utentes, mas por falta de profissionais”, acusando o Governo socialista de ter recusado “todas as medidas que a esquerda propôs para reforçar os profissionais no SNS”.

“Falta de dinheiro? Não. Hoje mesmo é notícia que Portugal teve um excedente orçamental de 2,8% até setembro. A falta de investimento nos serviços públicos é, como sempre foi, uma escolha”, acusou.

A possibilidade “destes encerramentos definitivos”, na opinião da coordenadora do BE, deixa claro que “o Governo desistiu de fixar profissionais no SNS”.

“E, sem profissionais, encerra. Agora serão as maternidades. E depois?”, questionou.

Em entrevista à RTP na quinta-feira, o diretor executivo do SNS admitiu que há maternidades que podem vir a fechar já a partir do próximo ano.

“Algumas [maternidades] poderão vir a ser encerradas. Tudo também depende dos resultados que este plano [Nascer em Segurança no SNS] nos puder trazer para nós analisarmos. É verdade que no início do próximo ano teremos que tomar algumas decisões nesse sentido”, referiu Fernando Araújo.

A Direção Executiva do SNS lançou na quinta-feira a operação ‘Nascer em segurança no SNS’, com o objetivo de promover a segurança e confiança de grávidas, crianças e profissionais de saúde do Serviço Nacional de Saúde.

Em comunicado, refere que, “tendo sido identificadas contingências à plenitude de funcionamento da rede de maternidades no período de Natal e Ano Novo, e de acordo com as recomendações da Comissão de Acompanhamento da Resposta em Urgência de Ginecologia/Obstetrícia e Bloco de Partos (…) foi organizada uma resposta articulada a nível regional para este período, garantindo-se a prestação de informação de forma proativa à população para informar sobre as melhores opções em saúde”.

PARTILHE ESTE ARTIGO:
Exit mobile version