Siga-nos nas redes

Famalicão

Famalicão: Plataforma Renovar organiza “concentração” em frente ao Tribunal para apoiar pai dos alunos chumbados a Cidadania

Publicado

em

A Plataforma Renovar está a convocar uma “concentração” para sexta-feira, junto ao Tribunal de Famalicão, em solidariedade com a família e com a causa de Artur Mesquita Guimarães, pai dos alunos que faltaram sistematicamente às aulas da disciplina de Cidadania, e que podem agora ver a sua tutela transitar para as mãos da escola, dentro do período escolar.

“Convidamos todos os que concordem com este Manifesto a virem concentrar-se junto ao Tribunal de Famalicão, no próximo dia 9 de Dezembro (sexta-feira próxima), em solidariedade com a família Mesquita Guimarães, que está notificada para uma audiência nessa manhã no Juízo de Família e Menores. A concentração inicia-se às 9h00 e permaneceremos no local até ao encerramento da diligência. Convidamos também todos os partidos políticos e organizações da sociedade civil sensíveis a estas matérias a manifestarem a sua adesão e presença, do que daremos pública nota à comunicação social”, é explicado através de um texto no site da Plataforma Renovar.

 “A Plataforma de Renovar (Plataforma-RN ) são os pais de todo o Portugal (Norte a Sul, continente e ilhas) preparados para apoiar os seus filhos até ao limite, exercendo, por todas as formas, todos os direitos reconhecidos na Constituição da República Portuguesa,” autodescrevem-se assim os dirigentes do grupo.

O pai dos alunos, Artur Mesquita Guimarães, afirmou entretanto que já foi interposta uma queixa-crime, por difamação, contra o procurador do Ministério Público responsável pelo processo, face ao teor das suas alegações.

“São alegações manifestamente difamatórias, que não podíamos, de forma alguma, deixar passar em claro”, referiu.

Em causa estão dois alunos, irmãos, que frequentam o Agrupamento de Escolas Camilo Castelo Branco e cujos pais os impedem, desde o ano letivo 2018/2019, de frequentarem a disciplina Cidadania e Desenvolvimento.

Os pais alegam objeção de consciência, defendendo que a educação para a cidadania é uma competência deles.

Sublinham que lhes suscitam “especiais preocupação e repúdio” os módulos “Educação para a igualdade de género” e “Educação para a saúde e sexualidade”, que fazem parte da disciplina em questão.

Dizem ainda que os restantes módulos da disciplina são uma “perda de tempo”.

Nos últimos quatro anos, os alunos, que são de excelência, foram dados como “chumbados”, por causa das faltas àquela disciplina, mas, por decisão do Ministério da Educação, têm transitado de ano, de forma condicionada, enquanto se aguarda pelo desfecho dos processos judiciais relacionados com o assunto, que correm nos tribunais administrativos.

Entretanto, o caso chegou também ao Tribunal de Família e Menores de Vila Nova de Famalicão, tendo o procurador responsável pelo processo, nas alegações que apresentou, pedido que os dois alunos sejam colocados à guarda da escola durante o período escolar.

“A medida que se configura como efetivável a ultrapassar o impasse da situação de perigo, passado, presente e futuro, será a de confiança a pessoa idónea, no concreto circunstancialismo, a confiança dos jovens à entidade mais indicada para o concreto perigo: a própria Escola. A colocação dos jovens, apenas durante o período escolar, sob a guarda da própria escola”, refere o MP.

Especifica que a escola, na pessoa do diretor do Agrupamento de Escolas Camilo Castelo Branco, Carlos Teixeira, e/ou da interlocutora da primeira linha, a psicóloga Marta Silva, “serão as pessoas de quem se não duvida da idoneidade, até pelas funções que lhes estão confiadas”.

O MP considera que os pais “põem em perigo” a formação, educação e desenvolvimento dos filhos, adiantando ainda que há o perigo de os jovens sofrerem “maus-tratos psíquicos”, “não receberem os cuidados ou a afeição adequados às suas idades” e “estarem sujeitos a comportamentos dos pais que afetam gravemente o seu equilíbrio emocional”.

Além disso, acrescenta o MP, há o perigo de retenção e de consequente dificultação de acesso ao ensino superior, quando em causa estão “alunos de excelência, com um percurso académico irrepreensível”.

Diz que fica também em perigo a formação em matérias como direitos humanos, igualdade de género, saúde, sexualidade, segurança, defesa, paz e bem-estar animal, entre outras.

O MP considera que a atitude dos pais pode configurar “coerção emocional”, além de dar “exemplo de foras da lei, que decidem não cumprir, decidindo em causa própria como se juízes fossem”.

“Atuam como agentes de infrações”, acrescenta.

Alerta ainda que os alunos em questão podem ser vítimas de ‘bullying’ por parte da restante comunidade escolar que respeita as leis, “o que já vem acontecendo nas redes sociais”.

“Os pais parecem ignorar que a criança ou o jovem é um ser autónomo, com autonomia jurídica”, lê-se ainda nas alegações do MP.

Na altura, o advogado da família, João Pacheco de Amorim, disse que estas alegações são “absolutamente inusitadas” e que estão “em aberta e frontal contradição” com os relatórios dos técnicos da Segurança Social que acompanham o processo.

“É uma coisa perfeitamente bizarra, não tenho memória de, em 30 anos de exercício da profissão, ver uma promoção deste teor”, acrescentou o advogado, acusando o magistrado do MP de estar “ideologicamente confrontado na defesa do Governo”, face “à forma carregada e absolutamente infundada” como elaborou as suas alegações.

PARTILHE ESTE ARTIGO:
Publicidade Publicidade

pub

LER JORNAL

Artigos Recentes

Bragahá 25 minutos

Suspeito é presente este sábado a interrogatório no Tribunal de Famalicão

O Palácio de Belém emitiu hoje uma nota oficial, informando que o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, contactou...

Regiãohá 53 minutos

Autarca de Vizela sob investigação por alegada violência doméstica

O presidente da Câmara Municipal de Vizela e líder da Federação de Braga do Partido Socialista, Victor Hugo Salgado, encontra-se...

Desportohá 4 horas

Hóquei em patins: Riba d’Ave HC vence Sanjoanense em jogo em atraso

O Riba de Ave Hóquei Clube (RAHC) venceu, na noite desta quinta-feira, a AS Sanjoanense, em jogo de atraso relativo...

Famalicãohá 5 horas

Famalicão: Mercado do Livro regressa à Praça D. Maria II

O autor famalicense Jorge Reis Sá, vencedor do Prémio Literário Fundação Inês de Castro 2024, o camilianista famalicense João Paulo...

Famalicãohá 7 horas

Câmara de Famalicão canaliza 300 mil euros para instituições sociais 

A Câmara de Famalicão aprovou, na última reunião do executivo, a atribuição de  apoios financeiros, no valor de 300 mil...

Famalicãohá 8 horas

Candidato do PS à Câmara de Famalicão defende ponte paralela à Lagoncinha

O presidente da Concelhia de Famalicão do Partido Socialista (PS) e candidato à Câmara de Famalicão, Eduardo Oliveira,  esteve reunido,...

Paíshá 9 horas

Dois mortos e mais de 1.500 acidentes nos primeiros dias da Operação Páscoa

Mais de 1.500 acidentes rodoviários, dos quais resultaram dois mortos, 30 feridos graves e 447 feridos ligeiros, foram registados pela...

Famalicãohá 10 horas

Grupo armando e encapuzado assalta casa em Riba d’Ave esta madrugada

Um grupo de cinco homens encapuzados assaltou, na madrugada desta sexta-feira, uma casa em Riba d’Ave, Famalicão, e, pelo menos,...

Famalicãohá 10 horas

Famalicão: esta Sexta-feira Santa sai à rua a Procissão do Enterro do Senhor

As solenidades da Semana Santa têm hoje o seu ponto alto em Famalicão com a procissão do Enterro do Senhor. ...

Famalicãohá 22 horas

Semana Santa em Famalicão: Recriação da Última Ceia e Procissão “ECCE HOMO”

Integrada nas celebrações da Semana Santa, Famalicão voltou a acolher a Procissão “ECCE HOMO”, precedida pela recriação da Última Ceia,...

Arquivo

Mais Vistos