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Greve dos maquinistas dos comboios ainda já se faz sentir sobretudo nas viagens urbanas do Porto

Manifestam-se, na tarde desta quinta-feira, os constrangimentos causados pela greve anunciada pelos maquinistas de comboios que, apesar de só entrar em vigor no dia seguinte, já se fez sentir por todos os que se utilizaram os transportes ferroviários neste dia.

Tal situação já havia levado à supressão de 91 comboios da CP, entre as 00:00 e as 12:00, na maioria regionais e urbanos do Porto.

Esta limitação no número de viagens, que continuou com a supressão de muitas destas durante a tarde, reflete-se agora no número de utentes nas paragens, que ficam assim agregados perante a irregularidade destes transportes. Cenário que, presumivelmente, se repetirá esta sexta-feira.

Do total de 532 comboios programados para este período horário, foram efetuados 441 e suprimidos 13 de longo curso, 32 regionais, oito urbanos de Lisboa, 34 urbanos do Porto e quatro urbanos de Coimbra, ou seja, 17,1% (91) do total programado.

Segundo a CP, foram efetuados os seis comboios relativos a serviços mínimos que estavam previstos.

A greve geral foi convocada pelo Sindicato Nacional dos Maquinistas dos Caminhos de Ferro Portugueses (SMAQ), que justificou o protesto com a ausência de clarificação do Governo sobre a relação entre sinistralidade ferroviária e taxa de álcool destes trabalhadores e para exigir condições de segurança adequadas.

A paralisação de sexta-feira tem impactos hoje e sábado, devido aos turnos dos maquinistas, nas sete empresas onde tem representação: CP – EPE, Fertagus, MTS – Metro do Sul do Tejo, ViaPorto, Captrain, Medway e IP – Infraestruturas de Portugal.

Em causa estão as declarações do ministro da Presidência, António Leitão Amaro, após o Conselho de Ministros de 14 de novembro, quando afirmou que “não é muito conhecido, mas Portugal tem o segundo pior desempenho ao nível do número por quilómetro de ferrovia de acidentes que ocorrem” e que tem “um desempenho cerca de sete vezes pior do que a primeira metade dos países europeus”.

O Governo aprovou uma proposta de lei que reforça “as medidas de contraordenação para os maquinistas deste transporte ferroviário, criando uma proibição de condução sob o efeito de álcool”, referiu ainda o ministro.

“Estando Portugal numa das piores situações em termos de nível de acidentes, tem do quadro contraordenacional mais leve e mais baixo da Europa”, rematou então o governante.

No dia em que emitiu o comunicado sobre a greve, o SMAQ adiantou que não obteve qualquer resposta à exigência feita ao ministro para que clarificasse e retificasse publicamente as suas declarações.

A CP – Comboios de Portugal antevê “fortes perturbações” na circulação na sequência da paralisação.

Aos clientes que já tenham bilhetes adquiridos para viajar em comboios dos serviços Alfa Pendular, Intercidades, Internacional, InterRegional e Regional, a CP permitirá o reembolso, no valor total do bilhete adquirido, ou a sua troca gratuita para outro comboio da mesma categoria e na mesma classe.

O Tribunal Arbitral decretou a fixação de serviços na ordem dos 25% na CP, nos serviços urbanos, regionais e de longo curso.

Fotos: Fama Rádio e Televisão/DR

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