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Economia

Crescimento económico da região Norte condicionado por desigualdades no território

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A região Norte tem no Crescimento Económico os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU “mais distantes das metas” para 2030, devido a “desigualdades sub-regionais na inovação, rendimento e emprego”, revelou hoje um relatório.

“O pilar da Prosperidade apresenta maiores desafios. O Trabalho Digno e Crescimento Económico permanecem entre os mais distantes das metas. O relatório destaca como crítico o fosso na atividade inovadora entre zonas urbanas mais dinâmicas e territórios de menor densidade populacional, sublinhando a necessidade de reforçar as bases científica e tecnológica em toda a região”, descreve a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), a propósito do mais recente relatório Norte Estrutura.

O documento, a que a Lusa teve hoje acesso, diz respeito ao outono de 2024, e coloca a Educação de Qualidade e a Saúde de Qualidade como os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU com “maior progresso regional, aproximando-se das metas de 2030 e com uma distribuição equilibrada entre os territórios”.

“Estes resultados traduzem o impacto positivo das políticas públicas dirigidas ao pilar das Pessoas, que priorizam serviços essenciais e de inclusão”, acrescenta.

As disparidades entre as sub-regiões do Norte “são mais evidentes no Pilar da Prosperidade, que engloba ODS como o crescimento económico, energias renováveis, inovação e redução das desigualdades”.

As sub-regiões urbanas, como o Cávado, Ave e a Área Metropolitana do Porto, “destacam-se por um progresso superior neste pilar, impulsionado por uma economia mais diversificada e pela inovação”.

Por outro lado, “as desigualdades internas de rendimento também são marcantes, atingindo níveis elevados tanto na Área Metropolitana do Porto, devido à diversidade salarial e exclusão social, quanto nas sub-regiões rurais (Terras de Trás-os-Montes, Alto Tâmega e Barroso, e Douro), onde prevalece a dualidade entre as áreas urbanas centrais e as zonas rurais despovoadas”.

“Em contrapartida, as sub-regiões rurais, com menor densidade populacional, enfrentam desafios estruturais, como a dependência de mercados locais mais limitados e a falta de incentivos privados para a inovação. A escassez de oportunidades de emprego e o baixo dinamismo comprometem o progresso nestas áreas”, indica o documento.

De acordo com a CCDR-N, este desequilíbrio “sugere que, para promover um desenvolvimento mais equilibrado, será fundamental aprofundar as políticas territoriais multissetoriais, adaptadas às realidades de cada sub-região”.

Assim, “nas zonas de menor densidade populacional, é essencial concentrar esforços na melhoria da competitividade das cadeias de valor locais com ligação ao sistema científico e tecnológico” e, nas zonas mais urbanas, deve intensificar-se “a excelência no I&D, promovendo sinergias entre as entidades públicas e privadas”.

“A expansão de ‘clusters’ de inovação e a promoção de parcerias intermunicipais promovem efeitos positivos em toda a região”, observa.

No Pilar do Planeta, as sub-regiões com menor densidade populacional “possuem indicadores de sustentabilidade ambiental mais favoráveis, devido à menor pressão sobre os recursos naturais”.

Nesses territórios, “a menor atividade económica contribui para a preservação dos ecossistemas, favorecendo a adoção de práticas sustentáveis, como o uso racional da água e a gestão ambiental”.

Nas áreas urbanas, “os desafios são mais complexos”, pois “o crescimento económico e a localização industrial criam maior pressão sobre os recursos naturais, exigindo políticas mais focadas na mitigação ambiental”, refere o relatório.

O documento assinala que “a construção de parcerias sub-regionais sólidas pode impulsionar a implementação dos ODS de forma mais eficiente e coordenada”.

“A cooperação entre municípios e entre setores público e privado é vital”, sustenta a CCDR-N.

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