Jovens de dois bairros sociais de Vila Nova de Famalicão vão dar um concerto de música eletrónica no dia 04 de dezembro, no Museu da Indústria Têxtil da Bacia do Ave, naquele concelho, anunciou hoje a câmara municipal.
O responsável do projeto, Franklin Soares Monteiro, de nome artístico Frankão, disse que o concerto será assegurado por “entre cinco a dez” jovens, que para o efeito ensaiaram ao longo de cerca de meio ano.
“O entusiasmo tem sido enorme, porque, no fundo, estão a fazer a música que eles gostam, a música que está no top do mercado, a música que eles entendem, a música que fala forte a um povo que tem mais dificuldade e que sofre mais com a desigualdade social”, referiu.
Em causa estão jovens entre os 13 e os 19 anos, oriundos das urbanizações sociais da Cal, em Calendário, e Moinho de Vento, em Fradelos, ambas em Famalicão.
De entrada gratuita, o concerto resulta do projeto musical “Centro de Cultura Digital”, desenvolvido por Frankão.
Um projeto que, como escreve aquele músico, pretende ensinar a trabalhar “batidas”, seja para hip-hop, seja para funk da favela.
Paralelamente, pretende-se ainda “trabalhar em cima de produção, que engloba todos os detalhes que levam à música, equalização, mixagem e masterização”.
“Eu mostro os elementos e depois eles tomam as decisões, são autónomos […]. Fazem a música que querem fazer, e isso dá mais significado ao que é feito”, realçou Frankão.
O concerto terá uma duração de cerca de 45 minutos, incluindo “quatro ou cinco temas” da autoria dos jovens.
“Será um espetáculo surpreendente”, assegurou Frankão.
Para além dos músicos que vão atuar no museu, participaram nas oficinas de capacitação musical um total de 20 adolescentes e jovens.
Através do “Centro de Cultura Digital”, tiveram contacto com bases de construção rítmicas, manuseio de instrumentos de criação musical digital, produção e gravação musical, entre outros, de junho a novembro deste ano.
Franklin Soares Monteiro coordena, em parceria com o Município de Famalicão, projetos de inclusão social pela cultura, como o “Favela 31”, constituído por jovens de etnia cigana, e o “2-noventa”, com jovens moradores no Bairro das Lameiras.
No que refere à sua carreira artística, a par do desenvolvimento de projetos na área da inclusão social pela cultura, Frankão está envolvido em três projetos: O Gringo Sou EU, seu ‘alter ego’, e os coletivos HHY & The Macumbas e Terror Sound System.
“Centro de Cultura Digital” é uma ação artística que se insere no projeto “Há Cultura – Cultura para Todos”, promovido pelo Município de Vila Nova de Famalicão e cofinanciado pelo Norte 2020, através do Fundo Social Europeu.