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Charters de Almeida reencontra escultura “desaparecida” em Famalicão e fica emocionado (FOTOS)

O escultor Charters de Almeida viveu um momento emocionante, este fim de semana, em Famalicão, quando reencontrou uma escultura da sua autoria, produzida em 1972, cujo paradeiro desconhecia.

“É uma emoção muito grande. É como reencontrar um filho”, declarou Charters de Almeida, revelando-se “muito feliz” com a surpresa preparada por Armindo Costa, fundador e presidente do grupo ACO Shoes e antigo presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão.

Com 15 toneladas e 22 metros de altura, a peça, produzida em inox pelo escultor, foi inicialmente pensada para para ser colocada na Avenida Fontes Pereira de Melo, em Lisboa, na sede do Banco Intercontinental Português (BIP).

Na sequência da Revolução de 25 de Abril de 1974, o banco foi intervencionado pelo Estado, Jorge de Brito fugiu para o Brasil e a escultura acabou armazenada numa empresa de ferro-velho da região de Lisboa. Para Charters de Almeida “a peça estava desaparecida”.

Anos mais tarde, Armindo Costa, ainda antes de ser eleito presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão, cruzou-se com o proprietário da empresa de ferro-velho e conseguiu comprar a escultura para embelezar os jardins da sua empresa, em Mogege, no concelho de Vila Nova de Famalicão, o que aconteceu há 25 anos.

Como a obra estava assinada, e como Charters de Almeida esteve recentemente em Vila Nova de Famalicão no âmbito do processo de recuperação dos azulejos que criou para a torre da Fundação Arthur Cupertino de Miranda, o antigo autarca Armindo Costa fez chegar ao escultor um convite para visitar a sua obra, na fábrica de Mogege, para assinalar os 50 anos da produção da escultura.

Este sábado, ao fim da manhã, Charters de Almeida e a sua mulher, Maria Bahia, chegaram a Mogege e ficaram emocionados com a “surpresa memorável” – na expressão de Maria Bahia – que Armindo Costa preparou: uma cerimónia simples de descerramento de uma placa alusiva ao reencontro de Charters de Almeida com a sua obra meio século depois.

Dirigindo-se a Armindo Costa e seus familiares, Charters de Almeida não evitou as lágrimas da emoção quando afirmou: “Isto é uma qualidade humana que o meu ilustre amigo e a sua família demonstram ter que é um exemplo para toda a gente. E eu felicito-os por isso.”

O antigo presidente da Câmara de Vila Nova de Famalicão estava acompanhado pela esposa, Fernanda Costa, pelos filhos Paula Costa e Fernando Costa e netos.

“Não sabia se a peça tinha sido destruída, não sabia nada. O que estou a ver agora é tudo novidade”, afirmou Charters de Almeida, ao chegar à empresa de Famalicão, revelando-se muito “muito feliz com o reencontro” e com o cuidado tido perante a obra de arte, que ficou “muito bem enquadrada” nos jardins do grupo ACO Shoes.

Sobre o significado da escultura, prefere deixá-lo ao cuidado da observação de cada pessoa. “É um elemento que procura integrar-se num espaço que já está definido”, afirmou o autor da obra. Já para Armindo Costa, a peça simboliza o seu “trajeto de vida com a família”.

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