Um utente do Centro de Saúde de Delães, freguesia de Famalicão, sofreu uma queda após sair de um taxi que o transportava para lá, acabando por sofrer um acidente vascular cerebral (AVC), a cerca de 20 metros da entrada, do Centro de Saúde, sem ter recebido qualquer assistência pela parte dos profissionais presentes no interior, apurou a Fama TV junto de populares que se encontravam no local.
De acordo com os relatos registados pela Fama TV, a pessoa que conduzia o taxi que transportava o idoso dirigiu-se ao interior do Centro de Saúde para pedir ajuda, após a queda, mas foi-lhe dito que “ninguém ia lá fora”, ou seja, que nenhum dos profissionais presentes se ia dirigir ao exterior do Centro.
Populares que se encontravam nas imediações, deparados com a situação, acabaram por contactar os Bombeiros de Riba de Ave, que assistiram a vítima e depois a transportaram para o Hospital de Braga.
“Se uma pessoa singular tem o dever de assistir alguém com um problema, imagino que o Centro de Saúde tenha ainda mais responsabilidade”, disse a mesma fonte à Fama TV, notoriamente perturbada, após o sucedido.
Fonte dos Bombeiros de Riba de Ave disse à Fama TV que a ocorrência havia sido registada como uma queda, em primeira instância, embora no local, os elementos desta corporação verificaram que tal tinha sido provocada pelo AVC.
A vítima foi transportada como ferido ligeiro, para o Hospital de Braga.
Contactado pela Fama TV, Ivo Sá Machado, diretor do Agrupamento de Centros de Saúde de Famalicão explicou que os profissionais deste centro de saúde cumpriram os procedimentos designados para as suas funções, dos quais não constam situações como a que foi descrita: a necessidade de um serviço de urgência hospitalar.
“Obviamente as unidades não iriam responder no exterior, as nossas unidades respondem no interior. Mediante uma situação de urgência, que parece ser o caso, deve chamar-se uma ambulância”, explica.
“Todo e qualquer utente, mesmo numa situação considerada urgente, é atendido, mas agora temos de ver sobre que tipo de urgência estamos a falar. [Por exemplo] se alguém tem uma criança constipada, ou com febre, as nossas equipas estão prontas para dar resposta. O utente tem de preencher a ficha e é atendido. Mas no caso em apreço, e perante este relato, não era o Centro de Saúde a dar a resposta, sobretudo numa situação com o grau de complexidade e gravidade como o que foi descrito”, sublinha Ivo Sá Machado, antes de dizer que “os nossos profissionais não observam ninguém no exterior”.
Perante alguma indignação causada pela situação, o diretor salienta que “é evidente que aqui se encontra uma unidade de saúde, mas não está aqui um serviço de urgência para esse efeito”.
Exemplificando novamente, Ivo Sá Machado aponta que “se um médico estivesse a passar naquele local” e se deparasse com a mesma situação, “a primeira coisa que ele ia fazer”, depois de avaliar a situação, “seria chamar uma ambulância”, já que se trata de uma urgência.