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Famalicão: Co-produção da Casa das Artes nomeada para Melhor Ópera nos Young Audience Music Awards

A obra “O Céu Por Cima de Cá” está nomeada para os Young Audience Music Awards na categoria de Melhor Ópera, uma peça que “ganha a identidade” do “lugar onde é feita”, anunciou hoje a Companhia de Musica Teatral (CMT).

Um dos membros fundadores daquela companhia, Helena Rodrigues, explica que “O Céu Por Cima de Cá”, uma coprodução da CMT e da Casa das Artes de Famalicão, tem a particularidade de ser apresentada presencialmente e transmitida via Zoom, mas as duas versões “não são necessariamente iguais”.

Os Young Audience Music Awards (YAMawards) têm como objetivo “identificar e apoiar produções de todo o mundo que inspiram e envolvem jovens e distinguem a criatividade e a inovação” de produções musicais.

“É uma peça que tem sempre uma identidade muito própria conforme o local em que está, embora haja sempre uma estrutura física e haja vários elementos que são fixos, mas a peça vai ganhando uma identidade própria de acordo com o lugar onde é feita”, explicou a responsável.

Segundo a CMT, “O Céu Por Cima de Cá” é “uma proposta artística que procura construir um espaço imaginário onde o tempo atual e o passado se (con)fundem, o espaço real e o virtual se interligam (…). A obra artística final é uma performance de música-teatral, um ‘tratado poético’ profundamente inspirado pela biografia” do local onde se apresenta.

“[É] um trabalho que vai mudando conforme o lugar, há um trabalho de pesquisa, um trabalho de filmes do passado, mas não só, há também um trabalho de pesquisa atual, do que acontece nesse lugar, há uma interação com o lugar”, salientou a também professora da Universidade Nova de Lisboa.

A obra nomeada para os YAMawards, atribuídos pela organização Jeunesses Musicales International (JMI), tem ainda outra particularidade: “Estreou-se presencialmente no grande auditório [da Casa das Artes de Famalicão], em 2020, mas com uma versão em Zoom que não é exatamente uma duplicação do que está a acontecer”, apontou Helena Rodrigues.

“O que é interessante é que aquilo que as pessoas veem no Zoom é diferente daquilo que as pessoas que estão a assistir ao vivo veem. Será interessante para o espectador ir assistir ao vivo e a versão zoom, porque são versões diferentes”, salientou.

“O Céu Por Cima de Cá” foi apresentado em Vila Nova de Famalicão, espetáculo que será lançado em livro e filme no dia 17 de outubro, e em Loulé (abril de 2021), não tendo mais apresentações programadas, algo que Helena Rodrigues espera que mude.

“Neste momento não está programada. Eu espero que, com a nomeação do YAMAward, haja interesse de outros programadores no sentido de a fazermos noutros lugares e com a identidade de outros lugares”, disse.

“O Céu Por Cima de Cá” concorre na categoria de Melhor Ópera, com “Der Kiosk”, pela Junge Oper am Rhein, da Alemanha, “HUSH – Henry’s dream machine”, pela companhia Zonzo, da Bélgica, e “Little Miss Matchstick”, apresentada pela Holland Opera.

Os projetos finalistas foram avaliados por um júri e haverá um prémio do público atribuído através da votação em www.yamawards.com.

Os vencedores nas diferentes categorias serão conhecido no dia 19 de outubro, na cerimónia dos YAMawards, a decorrer em Larvik, na Noruega, a partir das 20:00 (hora local, menos uma hora em Lisboa).

Em 2015, o “Projeto Tartaruga”, dos portugueses Jorge Salgueiro e Miguel Nabais, com Alda Goes, desenvolvido com o Foco Musical, obteve o Prémio do Público.

O mesmo prémio foi atribuído em 2018 ao espetáculo “Maputo-Mozambique”, da companhia do coreógrafo francês Thomas Guérineau, resultado do trabalho artístico, na área da música, da dança e da ‘jonglage’, com jovens moçambicanos, feito com apoio do Centre Culturel Franco-Mozambicain.

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