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Documentário sobre operários de Joane que fundaram o Teatro Construção exibido em Lisboa

O documentário “Operário Amador” chega quinta-feira a Lisboa para contar a história da criação de uma companhia de teatro amador, fazendo uma homenagem aos atores amadores, anunciou a Peripécia Teatro.

“Esta longa-metragem produzida pela Peripécia Teatro, que ficou concluída em 2021 e que chega agora ao cinema, é uma ode às companhias de teatro amador, explorando um trabalho muito pouco valorizado no panorama cultural nacional, bem como a vertente mais íntima dos operários do Vale do Ave”, afirmou, citado em comunicado, Sérgio Agostinho, diretor artístico da companhia e narrador do filme.

A longa-metragem, produzida pela Peripécia, sediada em Vila Real, e realizada Ramón De Los Santos, pode ser vista entre quinta-feira e o dia 09 de outubro, no Cinema City Alvalade, em Lisboa.

“Regressar aos caminhos percorridos pelo meu pai é relembrar o esforço e a coragem de tantos outros ‘operários-artistas’ e artistas amadores, em particular num momento em que a criação artística era motivo de opressão”, continuou Sérgio Agostinho.

O seu pai, Faria Martins, foi operário e membro fundador do grupo amador Teatro Construção.

A Peripécia conta que foi na década de 1970, no ambiente de alvoroço e efervescência que marcou os períodos anteriores e posteriores ao 25 de Abril, que a vila de Joane, no concelho de Vila Nova de Famalicão, viu nascer a Associação Teatro Construção.

“O grupo, composto por operários do setor têxtil, tornou-se uma referência entre as companhias de teatro amador do Norte do país, encontrando reconhecimento nos anos 80, no seguimento da criação daquele que se viria a tornar um dos maiores festivais de teatro da região: o Festival de Teatro Construção”, acrescentou a companhia de Vila Real.

Na figura do seu pai, o também ator Sérgio Agostinho diz que encontrou “as origens de uma paixão pelo teatro que germinou desde cedo”.

“Saí à procura desses lugares e desses operários. À procura dos comunistas ou dos progressistas, como alguns lhes chamavam na altura, refere.

Acrescenta que “recordando os caminhos e relatando as memórias, através dos testemunhos de alguns membros fundadores, ‘Operário Amador’ é uma viagem pelo terreno físico e humano sobre o qual se edificou o Teatro Construção”.

O documentário foi o ponto de partida para “A Peça (em 4 turnos)”, que se estreou em 2022 e acompanha quatro operários que formam um grupo de teatro amador no local imaginário de Vale de Saramagos.

Este espetáculo já foi apresentado em várias localidades do país, incluindo a aldeia de Benagouro, Vila Real, que acolhe a sede da companhia, Braga, Matosinhos, Castro Verde, Bragança e Carregal do Sal.

“A Peça (em 4 Turnos)” continua em digressão até ao final do ano, com passagem pelo festival “AO TEATRO! José Carlos Saramago”, na Benedita, pelo 29.º Festival Internacional de Teatro Cómico da Maia e por Sabrosa, com representações para o público em geral e escolar.

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