Grandes inovações estão a ser preparadas no setor têxtil, onde o conceito de sustentabilidade ganha um peso cada vez maior e a “desbravar caminho” neste setor estão dois nomes famalicenses, o CITEVE – Centro Tecnológico Têxtil e Vestuário e o CeNTi – Centro de Nanotecnologia e Materiais Técnicos, Funcionais e Inteligentes
que estudam a inclusão dos resíduos alimentares, nomeadamente da carne, nas matérias primas da produção têxtil.
De acordo com Braz Costa, diretor-geral do CITEVE, este será mesmo “o maior projeto de sempre” para a conversão de resíduos alimentares em matérias têxteis, disse ao Jornal T sobre este novo desafio, para o qual foram canalizados 21 milhões de euros, a partir do PRR – Plano de Recuperação e Resiliência.
A estratégia é encontrar “um novo ritmo de mudança e acelerar a criação de produtos de alto valor acrescentado a partir de recursos biológicos, em alternativa às matérias de base fóssil”, de acordo com Braz Costa, e para isso estuda-se a implementação de proteínas e resíduos das carnes no fabrico de novas fibras e revestimentos têxteis, tais como colagénio e queratina ou na produção de matérias expessantes, utilizadas no processo de estampagem têxtil.
Estas novidades foram apresentadas na Casa das Artes de Famalicão, na conferência MEAT MEETINGS’22, uma iniciativa que visa ser um ponto de partilha e de debate para diversos stakeholders da indústria agroalimentar, com foco no segmento das carnes.