O CDS-PP considerou hoje que o pacote de medidas do Governo para as empresas uma “nova desilusão, na linha do plano apresentado a semana passada para as famílias”.
Numa posição escrita enviada às redações, o líder do CDS-PP, Nuno Melo, argumenta que o pacote do Governo “peca uma vez mais por ser tardio”, lembrando que o seu partido apresentou um plano para as empresas há seis meses e o executivo de António Costa “demorou seis meses a reagir”
“Este plano é mais uma encenação e ilusão do Governo, uma vez que apenas 300 milhões de euros são efetivamente dirigidos às empresas. O resto são empréstimos e linhas de crédito que vão ter que se reembolsados”, sustenta Nuno Melo, acrescentando que “preocupante é igualmente a intervenção decisiva do Banco de Fomento na equação”, uma vez que apresenta “diversos problemas funcionais que são públicos”.
O líder centrista afirma que “as empresas não precisam de empréstimos”, mas apenas “que os impostos sejam reduzidos e já”, porque “Portugal tem a taxa de IRC mais elevada da União Europeia e sobre isso o Governo nada faz”.
Ao reiterar a sua posição contra a criação de novos impostos, Nuno Melo considera que “é imoral e perverso que num momento em que o Estado é a entidade que mais lucra com esta crise, amealhando milhões de proveitos excessivos, porque à custa do sacrifício das famílias e das empresas, esteja a ponderar criar um novo imposto sobre as empresas”.
“Pelo contrário, para o CDS a resolução da crise tem que passar pelo Estado devolver à sociedade e às empresas parte dos 5 mil milhões de euros de impostos cobradas a mais até Julho deste ano, reduzindo impostos”, conclui.
O ministro da Economia e do Mar, António Costa Silva, anunciou hoje um pacote de medidas de mais de 1.400 milhões de euros para apoiar as empresas face ao aumento de custos com a energia, incluindo uma linha de crédito.
Em conferência de imprensa hoje, em Lisboa, o governante deu conta de várias medidas, desde uma linha de crédito de 600 milhões de euros, o alargamento de apoios a indústrias de consumo intensivo de gás, apoios à formação, medidas de aceleração da eficiência e transição energética, fiscais, entre outras.
As medidas ultrapassam os 1.400 milhões de euros, de acordo com António Costa Silva.