O professor de Educação Moral e Religiosa acusado pelo Ministério Público (MP) de 87 crimes de abuso sexual a 15 alunas, entre os 14 e os 17 anos, foi colocado este ano letivo no Agrupamento de Escolas de Rates, na Póvoa de Varzim.

Fernando Silvestre está a ser julgado, desde novembro, pelos referidos crimes, que terão ocorrido enquanto era docente no Agrupamento de Escolas Camilo Castelo Branco, em Famalicão, e dirigia um grupo de teatro escolar daquele estabelecimento de ensino, intitulado “O Andaime”. 

O professor foi suspenso pelo Ministério da Educação, mas decorrido um ano após essa suspensão, concorreu este ano letivo e foi colocado no Agrupamento de Escolas de Rates, a 16 de agosto, com 18 horas de componente letiva,  como confirmou a Fama TV nas listas de colocação de professores.  

O julgamento começou no passado mês de novembro, no Tribunal de Guimarães, e ainda decorre, tendo esta quarta-feira, 4 de setembro, sido realizada a 20º sessão.  

Fernando Silvestre está acusado de 87 crimes de abuso sexual de menores dependentes, sendo as vítimas 15 alunas com idades entre os 14 e os 17 anos. Segundo a acusação, entretanto confirmada em sede de instrução, os crimes terão sido cometidos essencialmente durante os ensaios da companhia de teatro O Andaime, que o arguido criou naquela escola e de que era encenador. Outros abusos terão acontecido durante aulas de moral e numa deslocação a um festival de teatro em Penafiel.

No arranque do julgamento, o professor declarou-se inocente, afirmou ser vítima de uma “cabala” e defendeu que o seu  método de ensino de teatro é “universal e não contém qualquer abuso ou distorção sendo utilizado em todo o mundo civilizado”.

A vice-diretora daquele Agrupamento de escolas, em declarações à Fama Rádio e televisão, disse desconhecer os factos, . 

O Agrupamento de Escolas de Rates  foi constituído em junho de 2003 e abrange a área geográfica correspondente às freguesias de Balasar, Laúndos e Rates, no concelho da Póvoa de Varzim.