O julgamento de um padre e várias freiras do convento Fraternidade Cristo Jovem, em Requião, acusados de escravidão, prossegue no Tribunal de Guimarães com audição de várias ex-noviças que frequentaram o convento.
De acordo com o JN, uma destas testemunhas terá acusado os responsáveis do convento de lhes racionar a alimentação, apesar de serem bastantes os alimentos doados à organização.
Segundo a testemunha, tudo isto era feito pelas freiras que alegavam que “comer era falta de espírito”, apesar das jornadas de trabalho que podiam durar “12, 13, 14 horas”, segundo a antiga noviça.
Esta realça ainda o hábito de uma das freiras que, segundo a testemunha, “lanchava mousse de chocolate e espumante, e se este não fosse de qualidade, já não lanchava, porque dizia que estragava o sabor da mousse”, salientou.
No decorrer deste relato afirmou ainda que foi agredida várias vezes pelo padre e pelas freiras que controlavam apertadamente a duração dos banhos e que obrigavam as jovens a andar sem cuecas, como castigo.
Segundo esta, quando este castigo não era cumprido as noviças eram obrigadas a usar umas cuecas “comunitárias”, partilhadas por outras residentes na instituição.