O Curtas Vila do Conde terá a sua abertura oficial na sexta-feira, dia 12 de julho, pelas 20h00, com um evento de música e filmes de animação. Esta edição destaca-se pela obra de João Gonzalez e oferece uma programação que aborda tanto o panorama nacional como o internacional do cinema, com especial enfoque na curta-metragem.
Assinalando-se como ponto de encontro essencial para a comunidade cinematográfica portuguesa, a Competição Nacional do Curtas é uma oportunidade valiosa para a partilha de experiências e para uma observação atenta do estado da arte de uma cinematografia que se afirma, ano após ano, como uma das mais intensas e irreverentes do cinema contemporâneo.
Vitalidade, diversidade e energia de várias gerações de cineastas são o mote para a edição 2024. Entre estes, alguns fazem a sua estreia enquanto outros já são bem conhecidos pelo público do festival. Entre os filmes selecionados encontram-se obras de Isadora Neves Marques, Inês Lima e Daniel Soares, que estrearam mundialmente em Cannes. Pela primeira vez a competir no festival, destacam-se os filmes de Rita M. Pestana, Patrícia Neves Gomes, Frederico Mesquita, Sofia Borges, Margarida Assis e Maria Trigo Teixeira. A secção conta ainda com o regresso de cineastas como Margarida Vila-Nova, Pedro Caldas, Alexandra Ramires e Laura Gonçalves (vencedora de melhor curta em Annecy, o maior festival de animação), Luís Costa, Mário Macedo, Joana Nogueira e Patrícia Rodrigues.
No plano internacional, a Competição do Curtas é uma vitrine imprevisível para o melhor que se faz no campo da curta-metragem mundial, revelando novos talentos e futuras memórias cinematográficas. Entre animações, ficções e documentários, destacam-se nomes como Nebojša Slijepčević (vencedor em Cannes com The Man Who Could Not Remain Silent), Frank Sweeney (premiado em Roterdão com Few Can See), Ilir Hasanaj (premiado em Roterdão com Workers’ Wings) e Eric K. Boulianne (premiado em Locarno por Making Babies).
Na lista de cineastas já conhecidos do público do Curtas encontram-se Torill Kove (terceira vez no Curtas com Maybe Elephants), Samir Karahoda (com On the Way), Florence Miailhe (com Papillon), Nina Gantz (com Wander to Wonder), Nicolas Keppens (terceira presença com Beautiful Men), Corina Schwingruber Ilić (quarta presença com Been There) e Elena López Riera (vencedora do Grande Prémio do Curtas em 2019 e destaque do programa New Voices em 2020).
Aqui, serão também apresentados trabalhos que primam pela experiência, e a criação de novas técnicas, vertente que sempre se afirmou como uma parte essencial da identidade deste evento.
Possibilidades criativas, não só através da experimentação de efeitos visuais e sonoros impactantes, são apresentadas aqui, mas também abrindo-se a diálogos inesperados entre o real e o ficcional. Estes filmes exploram todas as emoções e inquietações que o objeto fílmico pode suscitar, demonstrando que este campo está em constante expansão. Uma constelação de 23 filmes apresenta-se como um espaço aberto ao pensamento crítico, ao sonho e à liberdade, onde o político, o pessoal e o poético coabitam. Tal como nas competições anteriores, há algumas referências importantes que se repetem de edições passadas, como Miranda Pennell, Joana Hadjithomas e Khalil Joreige, Rainer Kohlberger, Siegfried A. Fruhauf, Kevin Jerome Everson, entre outros. Novidades incluem Rita Morais, Nicolas Gebbe e J.P. Sniadecki.
Para além dos destaques para as obras de Bertrand Mandico e Elina Löwensohn, Alberto Vázquez, Laura Ferrés e Yorgos Zois, o programa em diálogo com a Solar – Galeria de Arte Cinemática, da autoria de Morgan Quaintance, e a vasta programação de cine-concertos do Stereo, o Curtas 2024 integra ainda uma programação dedicada a famílias (Curtinhas) e uma competição de filmes de escola, Take One!.
Outro destaque da programação deste ano é a primeira passagem a norte de Estamos no Ar, longa-metragem de Diogo Costa Amarante, e o programa de conversas do festival, que promove um encontro mais próximo entre o público e os cineastas.