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FPF propõe que estrangeiros que venham jogar para Portugal tenham parecer prévio e um responsável identificado

A Federação Portuguesa de Futebol (FPF) propõe que os estrangeiros que cheguem ao país para praticar desporto estejam sujeitos a um parecer prévio e tenham um responsável identificado, segundo um documento que a Lusa teve hoje acesso.

Estas medidas, que foram hoje apresentadas numa reunião convocada pela tutela governativa, surgem uma semana depois de o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) ter feito buscas numa academia de futebol em Riba de Ave, no concelho de Vila Nova de Famalicão, propriedade da empresa BSports, que seria gerida por Mário Costa, ex-presidente da Mesa da Assembleia Geral da Liga, no âmbito da investigação por tráfico de seres humanos.

Neste encontro, que visa constituir um grupo de trabalho informal para apresentação de propostas ao Conselho Nacional do Desporto, a FPF apresentou várias medidas preventivas, como a de que qualquer estrangeiro que venha para Portugal, para um clube ou academia, necessite de um parecer prévio da federação desportiva da modalidade em causa.

De acordo com o documento da FPF a que a Lusa teve acesso, entregue em mão ao secretário de Estado da Juventude e Desporto, João Paulo Correia, os estrangeiros passariam a estar sujeitos à obrigatoriedade de identificar um tutor, ou um responsável pelas condições de permanência em Portugal, necessariamente um cidadão português ou com visto de permanência em território nacional.

O organismo que tutela o futebol luso considera ainda desejável que sejam criados pontos de contacto entre federações e autoridades.

“Considera-se que deve ser prevenido o risco de tráfico de pessoas e burla, em momento anterior à sua entrada em território nacional, devendo ser revistos os documentos exigíveis para o efeito e revogados os vistos atribuídos exclusivamente para a prática desportiva amadora”, propõe ainda a FPF.

Na sequência das buscas à academia de futebol da BSports, o SEF constituiu arguidos cinco sociedades e dois cidadãos portugueses, um deles Mário Costa, que renunciou ao cargo de presidente da Mesa da Assembleia Geral da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP).

Nesta academia, foram identificados 114 jovens jogadores, oriundos da América do Sul, África e Ásia e que estarão todos em situação irregular no país. Foram retirados 33 menores, por estarem em situação de perigo, enquanto outros adultos foram encaminhados para unidades de abrigo.

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