Famalicão
Famalicão: Acusados da morte de Hugo Ribeiro apresentam versões diferentes em tribunal

No Tribunal Criminal de Guimarães, iniciou-se, esta segunda-feira, o julgamento de dois homens acusados da morte de Hugo Ribeiro, um jovem de 21 anos, ocorrida à porta da discoteca Noa, em Vila Nova de Famalicão, na madrugada de 7 de março de 2022. Sob apertadas medidas de segurança, os arguidos, Diogo Meireles, conhecido como ‘Xió’, e Bruno Ribeiro, apelidado de ‘espanhol’, apresentaram relatos contraditórios sobre o incidente, avança a agência Lusa.
Diogo Meireles admitiu em tribunal ter esfaqueado a vítima, alegando ter agido em legítima defesa. Atribuiu, no entanto, a Bruno Ribeiro a responsabilidade pela pedrada na cabeça que causou a morte de Hugo Ribeiro, após confrontos entre dois grupos desconhecidos entre si.
Por sua vez, Bruno Ribeiro confessou apenas ter atirado uma pedra “do tamanho da mão” na direção do grupo onde se encontrava a vítima, em resposta a pedras lançadas pelo grupo adversário, enquanto fugiam do local. Negou, porém, ter estado perto do corpo da vítima, ter proferido a frase “estou desgraçado” ou ter mexido no telemóvel do jovem, como ‘Xió’ havia afirmado.
Como era a primeira vez que os arguidos, ambos com 28 anos e em prisão preventiva, iam prestar declarações sobre o processo, o procurador do Ministério Público requereu que falassem sem a presença do outro, o que foi aceite pelo coletivo de juízes.
Diogo Meireles contou ao tribunal que, por volta das 05:20, ele e Bruno Ribeiro chegaram à discoteca e, enquanto aguardavam pela entrada, sem perceber porquê, levou um soco na cara de um dos membros do grupo da vítima, que tinha acabado de ser expulso da discoteca.
Nessa sequência, acrescentou, continuou a ser “agredido, pontapeado e socado” por “dois ou três” elementos, até ao momento em que conseguiu retirar a faca da mão de um deles, ripostou e esfaqueou um dos alegados agressores.
“Foi por Deus que consegui tirar a faca. Não sou nenhum assassino, não matei ninguém. Eu também sou vítima”, afirmou ‘Xió’, lamentando e pedindo desculpa ao tribunal e à família pela morte do jovem, da qual só soube no dia seguinte pelas notícias.
Este arguido contou depois ter visto Bruno Ribeiro junto ao corpo da vítima, prostrada no solo, perguntando-lhe o que se tinha passado, a que ‘espanhol’ terá respondido: “vamos embora, vamos embora”.
Diogo Meireles assumiu ter trazido, por engano, pois pensava ser o seu, o telemóvel da vítima, que se encontrava no chão, referindo que, já na viatura, ligaram várias vezes, atribuindo essas chamadas “aos outros” do grupo da vítima, havendo troca de palavrões.
‘Xió’ relatou que, numa dessas chamadas passou o telemóvel a Bruno Ribeiro, que também respondeu da mesma forma, acrescentando que ‘espanhol’ disse, ainda na viatura Uber em que seguiam: “estou desgraçado, estou desgraçado”.
Bruno Ribeiro corroborou a versão de Diogo Meireles apenas na parte das agressões iniciadas por elementos do outro grupo, sublinhando que também ele foi “agredido e espancado”.
Quanto à morte de Hugo Ribeiro, este arguido afirmou que só soube da mesma uns “dois meses depois”, referindo ser “mentira” a versão apresentada por ‘Xió’ que o envolvem no homicídio.
O julgamento prossegue em 02 de junho.
Aquando da saída das carrinhas com os presos do tribunal, familiares e amigos de Diogo Meireles proferiram frases como: “`Xió’, nós sabemos que estás inocente” ou “‘espanhol’, assume o que fizeste”, perante o olhar do dispositivo policial.
Bruno Ribeiro fugiu para o Brasil 18 dias após o crime, mas o processo seguiu os seus trâmites e o início do julgamento esteve marcado várias vezes e foi sendo adiado.
O crime aconteceu na madrugada de 07 de março de 2022, quando Bruno Ribeiro e Diogo Meireles, conhecido por “Xió” e arguido no processo que envolve o superdragão Marco “Orelhas”, chegaram à discoteca Noa e foram barrados à entrada, envolvendo-se de seguida em confrontos com outros clientes do espaço de diversão noturna, acabando com a morte de Hugo Ribeiro, de 21 anos, à pedrada e à facada.

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