Famalicão
Limpeza das matas e terrenos deve ser feita até 30 de abril
Os proprietários têm de limpar terrenos agrícolas e florestais até 30 de abril, para prevenir fogos rurais, mas meteorologia adversa e falta de mão-de-obra levam a federação de associações de proprietários florestais a pedir o alargamento do prazo.
A sensação é sempre a mesma, é que para este período não pode haver sempre uma data, porque quem manda é a natureza. Este ano choveu muito, até tarde, os terrenos ainda estão todos atascar. Se a erva for cortada agora, os materiais finos, que são esses que propagam os incêndios, ainda vão rebentar todos”, afirmou o presidente da direção da Federação Nacional de Associações de Proprietários Florestais (FNAPF).
Luís Damas notou que o limite do dia 30 deste mês para concluir a gestão de combustíveis “não é exequível” e, por isso, defendeu “o adiamento para até ao fim do mês de maio ou até 15 de junho”, já que, além de ter chovido muito, “não há mão-de-obra”.
“Corremos o risco de estarmos a fazer sem ter depois utilidade nenhuma. [Há] ervas ao nascer e depois quando vier o calor de julho e agosto vai secar tudo, e vai ficar muito material combustível para alimentar os incêndios”, frisou.
A federação irá, por isso, tentar junto dos ministérios da Administração Interna e da Agricultura, que voltou a tutelar as Florestas, que tenham “algum bom senso” e vejam que “a data é impraticável este ano”, tal como aconteceu durante a pandemia de covid-19.
Seja como for, admitiu que, também pela pressão das autoridades, está provado que “essas faixas reduziram a intensidade e até mudaram às vezes o rumo do incêndio”.
“É um grande custo todos os anos e não há, às vezes, mão-de-obra para o fazer, mas muita gente já interiorizou isso porque, na volta da GNR, as pessoas também levam coimas e que não são assim tão pequenas”, vincou Luís Damas.
Para o presidente da direção da ANEFA — Associação Nacional de Empresas Florestais, Agrícolas e do Ambiente, Pedro Serra Ramos, a gestão de faixas de combustíveis “é exequível”, até por lhe parecer que “há uma menor procura de serviços para limpar este ano”.
“Acho que as pessoas começam a não ter capacidade financeira para realizar as limpezas todos os anos”, notou.
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