Famalicão
Exposição semi-antológica de Rui Aguiar inaugura sábado em Vila Nova de Famalicão
Uma exposição semi-antológica da obra de Rui Aguiar, que evoca as influências dos movimentos artísticos dos finais do século XIX e início do XX, é inaugurada no sábado, na Fundação Cupertino de Miranda, em Vila Nova de Famalicão.
A inauguração da mostra “Das raízes dispersas” está marcada para as 17:00, no Centro Português do Surrealismo, na Fundação Cupertino de Miranda, com a presença do artista e dos curadores Marlene Oliveira e Perfecto E. Cuadrado, segundo um comunicado desta entidade.
Nascido no Porto, em 20 de junho de 1944, Rui Aguiar reúne nesta exposição trabalhos inéditos datados do início da sua atividade até aos dias de hoje, compondo uma mostra semi-antológica, com algumas das suas obras mais significativas das décadas de 1970 até 1990, juntamente com obras mais contemporâneas, do universo da arte digital.
Nesta exposição, foi disposta, pelos curadores, uma seleção de trabalhos que revelam influências dos movimentos artísticos dos finais do século XIX e início do XX.
Com uma obra “experimental e eclética, à semelhança dos artistas da sua geração, essencialmente caracterizadora do abstracionismo e da Arte Povera, redescobrimos, nas suas obras, mais do que talvez esperássemos, as influências dos movimentos artísticos do início do século”, assinala a entidade, no comunicado.
“Sem ter estado ligado – por idade e pelo seu espírito livre – às atividades coletivas dos surrealistas portugueses, existem na sua obra (pinturas, desenhos, colagens, fotomontagens, assemblagens e objetos) fortes ligações com as práticas artísticas surrealistas, em diálogo de sucessivas justaposições, conjunções ou fusões com práticas vindas dos quatro pontos cardeais da Modernidade artística”, adianta.
A curadoria considera que a ocasião será “um momento para recordar e reconhecer conceitos que informaram o discurso poético e estético do artista, bem como um testemunho das raízes dispersas do movimento surrealista, e dos seus diferentes caminhos”.
“Itinerário de um artista “absolutamente moderno, que tem sabido, e sabe, que o assombro e o prazer do conhecimento e de dar realidade ao sentido da palavra (o verbo criador), própria de cada linguagem, é um privilégio de crianças e de artistas que sabem manter a maneira de dialogar com a realidade através do olhar selvagem, de que Breton falava”, comentam.
Licenciado em Engenharia Química-Industrial, Rui Aguiar prestou serviço na Marinha, entre 1971 e 1973, nos Açores, e ali foi um dos sócios fundadores da galeria Teia e forte impulsionador das galerias Degrau, na Ilha Terceira, e Francisco Lacerda, na Ilha de São Jorge.
Expõe regularmente desde 1972, em mostras individuais e coletivas, e de 1988 a 1989 desenvolveu uma investigação plástica como bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian.
Está representado em diversas coleções e museus, nomeadamente no Museu de Arte Contemporânea – Fundação de Serralves, no Porto, no Centro de Arte Moderna – Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, no Museu Amadeu Souza Cardoso, em Amarante, e no Museu de Arte Contemporânea da Bienal de Cerveira.
A exposição “Das raízes dispersas” estará patente ao público até dia 10 de setembro de 2022.
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