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Cineclube de Joane apresenta a sua programação para maio

O cineclube de Joane apresenta a sua programação para o mês de maio na casa das artes de Famalicão.

Assim sendo os filmes a exibir na casa das artes e com sessões às 21h45 são os seguintes:

2 de maio – HOLY SPIDER de Ali Abbasi

Arezoo Rahimi, um jornalista de Teerão (Irão), chega à cidade sagrada de Mashhad para investigar a morte de várias prostitutas. Segundo o que as autoridades conseguiram apurar, as mulheres são capturadas por um homem de motorizada que as leva consigo e estrangula, abandonando os seus corpos em descampados. O filme acompanha a última noite de uma das suas vítimas e os esforços da jornalista em encontrar pistas que identifiquem o assassino. Mas, à medida que avança no caso, ela vai-se deparando com alguma resistência dos agentes da polícia, que consideram o assassino uma espécie de justiceiro que os ajuda a limpar as ruas da criminalidade e do pecado. Com o problema da misoginia como tema de fundo, este “thriller” tem realização de Ali Abbasi (“Na Fronteira”) e é baseado na história verídica de Saeed Hanaei, um pedreiro e ex-veterano de guerra que considerava ter como missão divina acabar com a prostituição e que, entre 2000 e 2001, foi responsável pela morte de 16 mulheres. “Holy Spider” foi seleccionado para competir no Festival de Cinema de Cannes, onde Zar Amir Ebrahimi conquistou o prémio de melhor actriz, tornando-se a primeira iraniana a receber esse galardão.

9 de maio – A FLOR DO BURITIdeJoão Salaviza e Renée Nader Messora
(sessão Traz Outro Amigo Também)

Continuando com os Krahô, depois de Chuva é Cantoria na Aldeia dos Mortos, o filme traz um dos temas mais urgentes da atualidade: a luta dos Krahô pela terra e as diferentes formas de resistência implementadas pela comunidade da aldeia Pedra Branca, situada na região Tocantins no Brasil. O filme inicia-se em 1940, onde duas crianças do povo indígena Krahô encontram na escuridão da floresta um boi perigosamente perto da sua aldeia. Era o prenúncio de um violento massacre, perpetuado pelos fazendeiros da região. Em 1969, durante a Ditadura Militar, o Estado Brasileiro incita muitos dos sobreviventes a integrarem uma unidade militar. Hoje, diante de velhas e novas ameaças, os Krahô seguem caminhando sobre a sua terra sangrada, reinventando diariamente as infinitas formas de resistência. A Flor do Buriti foi filmado durante quinze meses, em película 16mm, dentro da Terra Indígena Kraholândia. Assim como em Chuva é Cantoria na Aldeia dos Mortos, a equipa era muito reduzida e era dividida entre indígenas e não indígenas. Relatos históricos baseados em conversas e a realidade atual da comunidade serviram de base para a construção da narrativa do filme. A Flor do Buruti estreou no  Festival de Cannes onde foi galardoado com o Prémio de Melhor Elenco.

16 de maio – MAY DECEMBERdeTodd Haynes + Comezainasde Mafalda Salgueiro

Há 20 anos, Gracie Atherton-Yoo, na altura com 36 anos, viu-se envolvida num enorme escândalo quando a sua relação amorosa com Joe, de apenas 13, foi tornada pública. Hoje, depois de ela ter cumprido pena de prisão e terem sido ultrapassadas todas as dificuldades, os dois levam uma vida tranquila na Georgia, com os seus dois filhos gémeos. Mas tudo muda com a chegada de Elizabeth, uma actriz envolvida na produção de um filme sobre o caso, que deseja conhecê-los mais de perto e estudar o seu papel enquanto Gracie. Estreado no Festival de Cinema de Cannes “May December” foi realizado por Todd Haynes. O argumento, escrito por Samy Burch e Alex Mechanik, é inspirado na história da norte-americana Mary Kay Letourneau (1962-2020), uma professora casada e mãe de quatro filhos que, em 1996, se envolveu com Vili Fualaau, um aluno seu de 12 anos, de quem engravidou e com quem viria a casar-se anos mais tarde. O elenco conta com Natalie Portman, Charles Melton e Julianne Moore, na sua quinta colaboração com Todd Haynes, depois de Seguro (1995), Longe do Paraíso (2002), I’m Not There – Não Estou Aí (2007) e Wonderstruck: O Museu das Maravilhas (2017). A abrir a sessão será exibida a curta-metragem Comezainas (2022, 12 min) de Mafalda Salgueiro:  Cozinhar é dar carinho, diz a minha mãe. Transportando-nos para a casa de infância, com formas transversalmente familiares, e cheiros que pressupõem acolhedores sabores, este é um íntimo registo de um desses repetidos momentos de criação de algo que proporciona comunhão, onde o produzido desaparece e se torna parte de nós. Sopa de coentros, migas com costado e rissóis de pescada, é o que temos para hoje – tudo muito bom e fresquinho!

23 de maio – O PROCESSO GOLDMANdeCédric Kahn

Novembro de 1975. Início do segundo julgamento de Pierre Goldman, militante francês da esquerda radical. Durante o seu primeiro julgamento, Goldman havia sido condenado a pena de prisão perpétua por ter cometido quatro assaltos à mão-armada, dos quais teriam resultado duas mortes. Após declarar a sua inocência relativamente a esta última acusação, o julgamento transforma-se num caso célebre que reflecte as tensões políticas, ideológicas e raciais que marcam os anos 70 na Europa. Evasivo e provocador, Goldman contribui para o mediatismo em torno de um caso que dividiu o estado francês e alimentou a polarização entre a esquerda intelectual e a direita conservadora.

30 de maio – SENHORA OGINdeKinuyo Tanaka
(Já Não Há Cinéfilos, integral Kinuyo Tanaka)

No final do século XVI, quando o cristianismo vindo do Ocidente foi proscrito no Japão, a Senhora Ogin apaixona-se pelo samurai Ukon Takayama, que é um devoto cristão. O guerreiro recusa os seus avanços, preferindo dedicar-se à sua fé, e Ogin acaba por casar com um homem que não ama. Mas, alguns anos depois, Ukon regressa e confessa o seu amor por ela. Ogin, que é filha do famoso mestre de chá Rikyû, quer recuperar a sua liberdade, mas o arguto Hideyoshi, que reina sobre o país, iniciou as perseguições anti-cristãs. Senhora Ogin, o último filme realizado por Kinuyo Tanaka, encerra este integral dedicado à cineasta.

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