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Padre suspeito de abusos sexuais afastado do cargo pela Arquidiocese de Braga

A arquidiocese de Braga informou hoje ter recebido da Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais de Crianças na Igreja uma lista de oito alegados abusadores, um dos quais foi afastado preventivamente do exercício público do ministério sacerdotal.

Em comunicado publicado na sua página na Internet, a arquidiocese de Braga adianta que “depois de uma averiguação inicial”, foi concluído que três dos nomes correspondem a padres já falecidos, um não corresponde a nenhum padre da arquidiocese de Braga, “nem se encontra nos arquivos da arquidiocese qualquer referência a seu respeito”, tendo sido já “pedida mais informação à Comissão Independente”.

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Outro nome respeita “a um sacerdote que foi alvo de um processo civil, tendo sido absolvido”, e outro a um padre “que foi alvo de um processo canónico por abuso sexual de menores já concluído e que resultou na aplicação de medidas disciplinares em vigor”.

“Se se verificar que os testemunhos recolhidos pela Comissão Independente configuram novos factos, será iniciado um novo procedimento canónico”, adianta o comunicado.

Na lista consta ainda um sétimo nome correspondente “a um agente pastoral, que por falta de elementos de identificação não foi ainda possível identificar, estando em curso diligências nesse sentido” e, por fim, o de um padre que, depois de “diálogo” com o arcebispo José Cordeiro, “foi afastado preventivamente do exercício público do ministério sacerdotal”.

“A decisão cautelar de afastar preventivamente o sacerdote em causa não prejudica o princípio da presunção de inocência. Trata-se de aplicar as linhas orientadoras de ação da Igreja em matéria de abusos sexuais de menores, em conformidade com o Vade-mécum sobre procedimentos relativos a casos de abuso sexual de menores cometidos por clérigos”, adianta o comunicado da arquidiocese bracarense.

A instituição reafirma ainda o “compromisso em acolher e escutar as vítimas, tratando todos os casos com critérios inequívocos de transparência e justiça, contribuindo assim para a máxima reparação possível do mal sofrido”.

“Sabemos que pedir perdão não é suficiente. São-nos pedidas ações concretas. Neste sentido, uma equipa de profissionais está disponível para oferecer apoio psicológico, psiquiátrico, jurídico e espiritual a todas as vítimas que solicitem este serviço. Comprometemo-nos com a promoção de uma cultura de cuidado e faremos tudo o que estiver ao nosso alcance para prevenir futuros casos de abuso”, acrescenta o comunicado.

A Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais na Igreja Católica validou 512 testemunhos, apontando, por extrapolação, para pelo menos 4.815 vítimas. Vinte e cinco casos foram enviados ao Ministério Público, que abriu 15 inquéritos, dos quais nove foram arquivados.

Os testemunhos referem-se a casos ocorridos entre 1950 e 2022, o espaço temporal abrangido pelo trabalho da comissão.

No relatório, divulgado em fevereiro, a comissão alertou que os dados recolhidos nos arquivos eclesiásticos sobre a incidência dos abusos sexuais “devem ser entendidos como a ‘ponta do iceberg’” deste fenómeno.

A comissão entregou aos bispos diocesanos listas de alegados abusadores, alguns ainda no ativo.

Na quarta-feira, a diocese de Angra, nos Açores, e a arquidiocese de Évora, anunciaram a suspensão cautelar de três sacerdotes, enquanto decorrem investigações sobre alegados casos de abuso por eles praticados. Já hoje, também a diocese da Guarda anunciou a suspensão de um padre e a abertura de investigação.

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